Fernando Ulrich diz que banqueiros são vistos como "monstros" e "vampiros sociais"

O banqueiro voltou a defender que se tivesse funções governativas em Portugal se reuniria com as maiores empresas portuguesas
Diana Quintela/Global Imagens
O presidente do BPI disse, esta terça-feira, que os banqueiros são vistos como "vampiros sociais" e "monstros" após várias críticas da esquerda parlamentar sobre declarações suas, defendendo ainda um aumento do Salário Mínimo Nacional e das indemnizações por despedimento.
"Um banqueiro tem de ser um vampiro social, um monstro. Senhor deputado, com franqueza, se algumas das coisas que têm dito sobre mim fossem a sério eu tinha que ser internado", disse Fernando Ulrich na Comissão parlamentar e Orçamento e Finanças, em resposta ao deputado do PCP Honório Novo.
O gestor do BPI disse também que, propositadamente, os deputados à esquerda esquecem algumas das afirmações que tem feito, nomeadamente sobre a ideia de tornar os despedimentos mais caros, mas mais fáceis e de aumentar o Salário Mínimo Nacional.
Foi precisamente sobre o desemprego que Fernando Ulrich entrou num debate aceso com a deputada do Bloco de Esquerda Ana Drago.
"Diferentemente da senhora deputada eu consigo criar postos de trabalho se me derem condições, a senhora não consegue", disse o presidente do BPI, depois da intervenção de Ana Drago, que recordou as afirmações de Ulrich, em outubro, em entrevista à RTP, de que o Estado poderia pagar aos desempregados para trabalharem em grandes empresas, onde estariam "integrados".
O banqueiro voltou hoje a defender que se tivesse funções governativas em Portugal se reuniria com as maiores empresas portuguesas, entre as quais o BPI, para saber que contributos poderiam dar para a diminuição do desemprego.
"Para criar emprego não é preciso ter só dinheiro para pagar às pessoas, é preciso ter organização, capacidade para as formar. Eu disse que o BPI tem capacidade para fazer isso, como tem a Portugal Telecom", disse Ulrich, acrescentando que estava disponível para trabalhar num projeto desses de um ponto de vista voluntarista, já que de ponto de vista "egoísta" o BPI não precisa de se envolver nesse género de projetos.
