A greve dos trabalhadores da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) está a registar adesão total, disse um dirigente do Sindicato dos Motoristas do Norte, sublinhando que nem os serviços mínimos estão a ser cumpridos.
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"Não há autocarros a circular, a adesão é de 100%. Os motoristas estão concentrados nas duas estações de recolha de autocarros, Francos e Via Norte", disse o dirigente do Sindicato dos Motoristas do Norte, Jorge Costa, à agência Lusa.
Segundo o dirigente do sindicato dos motoristas, cerca das 8.45 horas deveriam estar a circular cerca de 400 autocarros.
Os trabalhadores da STCP estão em greve desde a meia-noite até às 2 horas de terça-feira, contra a privatização ou concessão da empresa e pela contratação de mais motoristas.
Os trabalhadores consideram que "só com a manutenção da empresa na esfera do Estado será possível a manutenção de um serviço público com qualidade, indispensável às populações do Grande Porto".
O serviço poderá também ser afetado a partir de terça-feira "e até que a empresa proceda à admissão de novos motoristas", porque foi convocada uma greve parcial às duas últimas horas de cada serviço diário, bem como às duas últimas e duas primeiras horas dos serviços com intervalo entre etapas.
Acresce a greve convocada para os fins de semana, a partir do dia 16 de maio.
As organizações representativas dos trabalhadores da STCP referem que esta greve aos fins de semana visa permitir a todos "gozar o seu merecido descanso, face à impossibilidade do gozo de dias de férias".
"Só desta forma é possível garantir na maior parte dos casos o descanso entre jornadas de trabalho", acrescentam.
O Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social determinou serviços mínimos para a greve de hoje e para a paralisação aos fins de semana.
Hoje estavam abrangidas nos serviços mínimos as linhas 200, 204, 205, 207, 305, 501, 600, 701, 702, 704, 800, 801, 901/906, 903 e as 1M, 4M, 5M, 7M, 10M e 13M.
O concurso público para a subconcessão da STCP foi lançado em agosto de 2014, mas ainda não foi assinado o contrato com o consórcio espanhol TMB - Transports Metropolitans de Barcelona/Moventis, o único que se apresentou a concurso e que vai operar a partir do final de junho o Metro do Porto.
A Lusa tentou obter esclarecimentos junto da administração da empresa, mas até ao momento tal não foi possível.