
São mais de 15 mil caixas automáticas de Multibanco espalhadas por todo o país, de acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal, e os terminais de pagamento ultrapassam os 269 mil. Lembra-se quando eram apenas nove, em Lisboa e no Porto? Foi apenas há 30 anos e os serviços que disponibilizavam eram poucos e para poucos.
No dia 2 de setembro de 1985, a SIBS, gestora da rede Multibanco, instalou nove caixas automáticas, que serviam apenas alguns e só para fazer levantamentos, consultar saldos e movimentos da conta bancária, e a eterna questão de alterar o PIN do cartão.
Atualmente, estão disponíveis mais de 90 tipos de operações diferentes, "a maioria inventada pela SIBS", refere a empresa. O Multibanco e os terminais de pagamento passaram a fazer parte do quotidiano dos portugueses, sem grandes sobressaltos, como explica a jurista da Deco, Carla Varela.
"Em 30 anos, não temos registo de grandes queixas ou reclamações por parte dos consumidores. Podem surgir pedidos de informação acerca de um novo cartão ou uma nova operação, mas nada de extraordinário."
De 6,83 para 11,62 euros
Complicado, do ponto de vista da Deco, "é o preço da anuidade dos cartões de débito, que toda a gente tem, e que em alguns casos é quase mais elevada que a de um cartão de crédito, que é dispensável". E apresenta as contas: "Desde 2009 até agora, as anuidades dos cartões de débito subiram em média 10% ao ano. Em 2009, o valor era de 6,83 euros, e agora está nos 11,62 euros. O que queremos é conseguir um limite para estes aumentos".
A questão dos pagamentos, neste caso, das comissões por parte de quem tem terminais de pagamento, é também ainda um problema. "A Comissão Europeia determinou um plafond que deve ser aplicado em toda a Europa, Portugal praticava valores que eram o dobro ou o triplo da média europeia", referiu João Vieira Lopes, presidente da Confederação de Comércio.
"Os ajustamentos estão a ser feitos, muito lentamente, mas dentro de dois anos, no máximo tudo estará ajustado", salientou.
Mesmo com taxas elevadas a pagar pelo comerciantes, "a maioria não desistiu de ter terminais de pagamento. São um sistema que revolucionou a vida dos portugueses e dos comerciantes também", diz João Vieira da Silva.
Para diminuir esses encargos, "alguns, muito poucos, deixaram de ter terminais de pagamento. Em maior número foram os comerciantes que fizeram o plafonamento de compras, só permitindo o pagamento com cartão Multibanco a partir de determinado valor, outros cancelaram o pagamento com cartões de crédito, cujas taxas são muito mais elevadas", frisou.v
