Sindicato dos Estivadores denuncia rotura da negociação do contrato coletivo pelos patrões
O Sindicato dos Estivadores denunciou hoje a rotura da negociação do contrato coletivo de trabalho por parte dos patrões e prometeu anunciar ações de luta durante a próxima semana.
"Os patrões deixaram cair definitivamente a máscada, quando, a 15 de setembro de 2015, comunicaram oficialmente que o contrato coletivo de trabalho iria caducar ao fim de 60 dias", refere o Sindicato dos Estivadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal, em comunicado.
"Duas semanas depois, a Mota-Engil e o Novo Banco comunicaram à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) que tinham chegado a acordo com o grupo multinacional turco Yildirim para a alienação do seu capital nos negócios das áreas portuárias e de logística, deixando claro que nunca estiveram de boa-fé em todo este processo, que ficou assim ferido de morte com toda esta vergonhosa e concertada negociata entre o capital nacional e estrangeiro e o Governo PSD/CDS", aponta o sindicato.
Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato dos Estivadores, António Mariano, considerou que a venda foi feita "no pressuposto de que não havia contratação coletiva em vigor", ainda por cima a um grupo turco que "despediu todos os estivadores do porto de Oslo" quando assumiu a sua concessão.
Para o sindicato, esta é explicação para que "os patrões tenham rasgado o contrato coletivo de trabalho, facilitando a venda dos portos portugueses a uma multinacional turca com um registo histórico de práticas anti-sindicais nos locais onde passa".
Por isso, "durante a próxima semana serão conhecidas formas de luta" contra a situação, referiu o presidente da estrutura sindical.
"Estamos numa fase que pode conduzir ao despedimento coletivo em Lisboa, tal como já aconteceu no porto de Aveiro", alertou.
