O jogador do Valência e antigo atleta do Benfica, Miguel, esteve ontem, sábado, envolvido em incidentes junto a uma discoteca, no Seixal, com confrontos físicos, pedradas e disparos, que levaram à detenção de um amigo do atleta. As balas atingiram uma viatura e um restaurante das imediações. Veja o vídeo.
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Os incidentes começaram cerca das 5.30 horas da madrugada de ontem, quando um grupo de indivíduos - cerca de dez, segundo testemunhas - nos quais se incluía Miguel, surgiram à porta da discoteca RS Dreams, na área industrial da Cruz de Pau, Seixal.
Segundo fontes policiais adiantaram ao JN, o grupo pretendia entrar no espaço nocturno, onde decorria uma festa privada, razão pela qual os seguranças barraram a entrada aos candidatos a clientes.
A resposta do grupo foi a violência física com várias agressões aos seguranças, após o que os agressores se puseram em fuga. Mas pouco depois voltavam, desta vez desferindo várias pedradas contra a frontaria da RS, após o que se puseram de novo em fuga.
Desta feita, no entanto, já a gerência da discoteca tinha chamado a PSP, da Esquadra da Cruz de Pau, que, chegada ao local, realizou um auto de notícia pelos incidentes, após o que abandonaram a zona, mas mantendo-se nas imediações.
Pouco depois, o grupo regressava, mas, desta feita, já foram feitos vários disparos. Segundo declarações dos seguranças da discoteca, os disparos foram feitos contra a frontaria da RS, mas o alvo principal terá sido uma carrinha branca, que se encontrava estacionada frente ao restaurante a Taverna, contíguo ao espaço nocturno. O veículo era propriedade de um dos funcionários da RS. Três disparos atingiram a traseira da viatura, dois dos quais junto à placa de matrícula, furando a chapa, e um outro de raspão na zona superior.
Mais dois impactos atingiram o restaurante, um deles directo no vidro de uma das janelas, furando-o, e outro na parede. "Estávamos fechados", adiantou ao JN o gerente do estabelecimento, acrescentando que nunca houve quaisquer incidentes na discoteca. "Foi este o único caso", garantiu.
A PSP voltou a ser chamada, desta feita através da Esquadra de Intervenção Rápida da Divisão do Seixal, que procedeu à detenção do próprio Miguel e de mais três amigos que o acompanhavam. Os seguranças afiançaram às autoridades que tinha sido o próprio Miguel a abrir fogo. O advogado do atleta, António Colaço Pragal, sustentou que os disparos tinham partido de um dos seguranças.
Numa busca efectuada pela PSP foi descoberta uma arma, um revólver de calibre .32, dentro do carro de um amigo de Miguel e foi este o único elemento do grupo a ser constituído arguido pela posse e uso da arma, que era ilegal, enquanto o atleta e os amigos foram apenas identificados e postos em liberdade, após testes às mãos e roupa, para detectar vestígios pólvora deixados pelos disparos.
O detido foi presente a tribunal, ficando com termo de identidade e residência. O caso foi entregue à Polícia Judiciária.
