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A cidade do Lobito, no Sul de Angola, é o elo de ligação entre as várias centenas de "lobitangas" que se reuniram, ontem, em Aveiro. Já fazem convívios anuais desde 1978 e com o intuito de recordar os tempos passados em África, viver velhas lembranças e ouvir histórias que ainda fazem saudade à maioria dos portugueses que passaram grande parte das suas vidas naquela cidade.
"Os tempos que vivi no Lobito foram os melhores. Foi lá que fui muito feliz. Estive lá mais de 25 anos e tive de regressar quando foi a descolonização. Foi lá que me formei, que cresci, que casei e me realizei profissionalmente. Quando cheguei cá, foi muito dura a integração", recorda Rafael Rodrigues, membro da Associação Lobitangas, que organizou o convívio.
O sonho de voltar ao Lobito continua bem vivo para aqueles retornados que, apesar de já terem refeito as suas vidas em Portugal, gostariam de um dia regressar a Angola. "Aquele sítio era tudo para nós. Voltar àquela cidade, onde crescemos, onde começámos a trabalhar, era o que eu mais queria. Voltar a ver aquelas ruas, andar alguns anos para trás e sentir que nunca fomos obrigados a sair de lá", conta João Manuel, com alguma emoção.
No convívio, promovido pela Associação de Lobitangas, compareceram pessoas dos quatro cantos de Portugal e até do estrangeiro. O primeiro domingo de Setembro é, então, o dia de reencontro de todos os que viveram no Lobito, como forma de comemorar a criação da cidade, que foi a 2 de Setembro. P. R.