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Um dos mais antigos estúdios fotográficos da cidade de Braga, a "Casa Pelicano" doou, ontem, o seu espólio à Câmara Municipal, permitindo, assim, a sua integração no património do Museu da Imagem, espaço cultural dedicado à preservação e divulgação da memória visual da cidade. São milhares de fotografias de ilustres bracarenses ou cidadãos anónimos, em pose ou em acontecimentos marcantes da vida privada, como casamentos, baptizados, comunhões.
Paralelamente, o espólio integra também diversas reportagens sobre a cidade e acontecimentos passados, ou seja, nas palavras do presidente da Câmara de Braga, "mais um conjunto de fontes que vêm enriquecer o património municipal, não tanto do ponto de vista material, mas do conhecimento".
Na sessão simbólica de doação esteve presente a herdeira da "Casa Pelicano" que lamentou, com mágoa, o facto de este ser "apenas metade de tudo o que havia" porque o restante "está por aí perdido". Maria Teresa Pelicano não perde, no entanto, "a esperança que venha a ser recuperado um dia". A filha do dono do estúdio fotográfico aproveitou ainda para lembrar o pai, "um homem que marcou um tempo e uma geração, sempre disposto a ajudar, trazendo e apoiando, por exemplo, jovens com menos poses das aldeias, para estudarem no seminário." Teresa Pelicano recorda, ainda, "as tertúlias que eram feitas onde participavam todos, desde advogados a carpinteiros, de arquitectos a professores" encontram-se alguns desses encontros documentados em fotografias.
No total são cerca de 80 mil negativos, 70 peças de equipamento fotográfico, que passará a estar, à disposição pública de investigadores e cidadãos em geral.
