Maputo, 25 Mar (Lusa) - O encontro com o presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, é um dos momentos que marcam o segundo dia da visita a Moçambique do Presidente Cavaco Silva, no qual fará uma intervenção no Parlamento e visitará projectos de cooperação militar.
Em Moçambique, Cavaco Silva tem passado a mensagem de que o país resolveu com êxito o processo de paz e da consolidação da democracia, nos quais Dhlakama teve um papel preponderante.
O líder da oposição moçambicana assinou em 1992 com a FRELIMO o fim da guerra civil de 16 anos e tem aceite, embora com ameaças verbais, as sucessivas derrotas eleitorais da RENAMO em todas as eleições municipais, legislativas e presidenciais entretanto realizadas.
Dhlakama é vice-presidente da Internacional Democrática do Centro, a que pertence o PSD, que já foi presidido por Cavaco Silva, mas os contactos políticos em Moçambique do chefe de Estado português são claramente com a FRELIMO.
Ainda candidato à sucessão de Joaquim Chissano na Ponta Vermelha, Armando Guebuza deslocou-se a Lisboa em 2004 e manteve um encontro privado com Cavaco, que então não ocupava qualquer cargo político, e o Presidente assume velhas relações de amizade com outros nomes sonantes da FRELIMO.
Antes do início da visita, a RENAMO manifestou a esperança de que ela contribua para o reforço das relações entre os dois países mas, hoje, Dhlakama deverá fazer chegar a Cavaco outras preocupações, nomeadamente as ameaças que diz fazerem-se sentir sobre a democracia no país.
A agenda política de hoje de Cavaco Silva inicia-se com a participação numa sessão solene na Assembleia da República, cujas bancadas representam apenas dois partidos e são dominadas pela maioria absoluta da FRELIMO.
Ainda durante a manhã, o Presidente estará num colóquio sobre a língua portuguesa e a sua vocação global e, à tarde, após a recepção aos representantes da RENAMO e da FRELIMO, Cavaco visita a Academia das Ciências Policiais, que beneficia da cooperação portuguesa.
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