
O comandante operacional da GNR explicou que através de perfis psicológicos é possível perceber se os jovens podem vir a ter eventuais comportamentos radicais
Gonçalo Delgado/Global Imagens
A GNR quer identificar, através de perfis psicológicos, jovens em risco que possam vir a ter comportamentos radicais e aderirem a organizações terroristas.
O major-general Luís Botelho Miguel, que participou numa conferência sobre terrorismo organizada pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), adiantou que os perfis vão ser identificados pelo Gabinete de Psicologia e Intervenção Social da GNR.
No âmbito da Estratégia Nacional de Combate ao Terrorismo recentemente aprovada pelo Governo e no domínio da deteção, Luís Botelho Miguel afirmou que a Guarda Nacional Republicana quer "robustecer a estrutura de recolha de informação".
Nesse sentido, a GNR quer conseguir identificar os perfis para detetar mais facilmente jovens que queiram aderir a organizações terroristas, afirmou.
Luís Botelho Miguel disse à agência Lusa que a GNR quer identificar os perfis psicológicos dos jovens em risco para perceber eventuais comportamentos de radicalização.
O comandante operacional da GNR explicou que através de perfis psicológicos é possível perceber se os jovens podem vir a ter eventuais comportamentos radicais.
"Se tiverem estes perfis há um grande potencial de ter comportamentos radicais", disse.
Também presente na conferência, o diretor nacional da PSP, superintendente-chefe Luís Farinha, defendeu que se deve "aumentar a capacidade de deteção precoce".
Abordando os desafios futuros para prevenir e combater o terrorismo, o diretor nacional da PSP considerou "fundamental" que se aposte "estrategicamente no policiamento de proximidade.
"Nenhum sistema de segurança pode garantir a deteção de todas as ameaças e riscos terroristas. Pois mesmo para ameaças conhecidas podem não ser considerados todos os riscos delas resultantes. O sistema de segurança não é perfeito e não consegue saber tudo, a incerteza é uma constante, em particular quando tratamos de ameaças complexas", sustentou.
Os dois elementos das forças de segurança participaram no painel dedicado à "investigação criminal no combate ao terrorismo: perspetivas das instituições" no âmbito da "I Conferência Nacional Terrorismo - O desafio à segurança interna no século XXI".
