
Jovem detido foi para o Estabelecimento prisional de Leiria
Nuno Pinto Fernandes/Global Imagens
O Tribunal de Instrução Criminal de Santarém decretou prisão preventiva para o jovem de 17 anos suspeito de ter assassinado um outro jovem, de 14 anos, em Salvaterra de Magos.
Filipe Diogo foi espancado até à morte num apartamento desabitado e arrastado para a arrecadação onde o corpo foi encontrado, apurou o JN. O suspeito, único detido no inquérito, terá confessado que matou Filipe Diogo com uma barra de ferro e ficou em prisão preventiva.
De acordo com o juiz-presidente do Tribunal da Comarca de Santarém, João Guilherme Pires da Silva, que fez o anúncio, o suspeito ficará em prisão preventiva num estabelecimento para jovens em Leiria.
O jovem, sem antecedentes criminais, está "fortemente indiciado" da prática de um crime de homicídio qualificado cometido na pessoa de um jovem com 14 anos, na noite da passada segunda-feira, e de um crime de profanação de cadáver, alegadamente praticado no dia seguinte.
A medida de coação, a mais grave aplicável a suspeitos da prática de crime, foi justificada pela existência dos perigos de fuga, de perturbação do inquérito e, "em razão da natureza e das circunstâncias do crime e da personalidade do arguido, que este continue a atividade criminosa e ocorra perturbação grave da tranquilidade pública", disse o juiz presidente.
O crime de homicídio qualificado, que implica a prática de um ato de crueldade para aumentar o sofrimento da vítima, é passível de uma pena de prisão de 12 a 25 anos, e o de profanação de cadáver a multa de 10 a 240 dias ou, em alternativa, a pena de prisão de um mês até dois anos, ambas passíveis de redução "abstratamente aplicável em julgamento por força do regime penal aplicável a jovens adultos", adiantou.
A PJ chegou à conclusão que o jovem de 14 anos foi morto num apartamento desabitado na sequência da inspeção pericial à habitação em causa, ao qual os inspetores só tiveram acesso ao fim da tarde de quinta-feira. No entanto, desde logo foram formadas suspeitas sobre o arrastamento do corpo de Filipe Diogo face às manchas de sangue encontradas nos lancis das escadas que conduzem o 4.º direito à área das arrecadações, no topo do prédio de quatro pisos.
O JN sabe que Daniel é o único detido neste inquérito e é o mesmo jovem que na manhã de quarta-feira discutiu publicamente com a mãe e com a avó da vítima. O rapaz traria vestido um blusão e as sapatilhas da vítima.
Depois de várias horas de interrogatório, Daniel confessou ter assassinado Filipe Diogo com uma barra de ferro, alegadamente por um "motivo fútil".
Esta sexta-feira, a Polícia Científica da PJ voltou ao local do crime para novas perícias. O JN apurou também, junto do tenente Mário Carneiro, comandante interino da GNR de Coruche, que a primeira queixa do desaparecimento de Filipe Diogo aconteceu na terça-feira à tarde, no posto da GNR de Salvaterra de Magos.
Há mais dois ou três arguidos no inquérito, embora não tenham diretamente a ver com o homicídio, segundo apurou o JN.
Filipe Diogo desapareceu na segunda-feira da casa da mãe e só foi encontrado na madrugada de quinta-feira, fechado na arrecadação de um prédio de habitação. A morte de Filipe Diogo, soube o JN, ocorreu na sequência de fortes pancadas infligidas na cabeça, eventualmente com recurso a um objeto contundente.
* com Lusa
