O Brasil foi o país que registou a maior redução de desigualdades, entre os grandes estados emergentes do mundo, nas últimas duas décadas, segundo um relatório divulgado esta segunda-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Corpo do artigo
Além do Brasil, o estudo comparou a evolução da desigualdade na Rússia, Índia, China, África do Sul, Argentina e Indonésia, entre o início dos anos 1990 e o final dos anos 2000.
Segundo o estudo, o coeficiente de Gini do Brasil teve uma redução de 9,4% para 0,55 ponto - por esta escala, quanto mais próximo o indicador estiver do número 1, maior a desigualdade de rendimento no país.
A Indonésia teve a segunda maior queda no coeficiente, de 6,7%. Já a taxa da Argentina, com uma subida de 0,9%, foi considerada "praticamente estável" pelo estudo.
Todos os demais países avaliados tiveram um aumento da desigualdade, aponta a OCDE. No topo do ranking está a China, cujo coeficiente de Gini avançou 24,2%. Em seguida aparecem Índia (16%), Rússia (6%) e África do Sul (3,1%).
De acordo com a OCDE, nos três países que mais reduziram a desigualdade, os mais pobres e as famílias que ocupam as faixas intermédias da população foram os mais beneficiados com aumentos reais de rendimentos.
No Brasil, por exemplo, os 20% mais pobres viram o seu rendimento crescer a um ritmo anual de 6,6% na década de 2000. Já os rendimentos dos 20% mais ricos aumentaram 1,8% ao ano.
Nos outros países, observou-se um aumento de rendimento maior para as famílias mais ricas, o que contribuiu para aumentar a concentração de riqueza.
Apesar de sustentar a maior redução no coeficiente de Gini, o Brasil é o segundo país mais desigual entre os estudados, atrás apenas da África do Sul, cujo indicador estava em 0,70 no final dos anos 2000.
O país com menor desigualdade é a Indonésia (0,37). Em segundo lugar está a Índia (0,38), seguida de China (0,41), Rússia (0,42) e Argentina (0,46).