A presidente brasileira, Dilma Rousseff, afirmou hoje que o Brasil precisa superar alguns "entraves" ao seu crescimento, nomeadamente os altos juros cobrados pelos bancos privados.
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"Temos de desmontar alguns entraves ao nosso crescimento sustentável e continuado. Esses entraves podem ser resumidos, simplificadamente, na necessidade de colocarmos os nossos juros e 'spreads' incluídos nos padrões internacionais de custo do capital", afirmou a presidente durante o discurso na Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os spreads são a diferença entre as taxas cobradas pelos bancos aos clientes e as que eles conseguem captar no mercado.
Esta semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia reclamado das taxas cobradas aos consumidores pela banca privada. Na ocasião, Mantega recordou os lucros recordes registados pelos bancos brasileiros nos últimos anos, a argumentar que há margem para uma redução nos juros e aumento na oferta de crédito.
Na semana passada, os dois maiores bancos públicos do país - Banco do Brasil e Caixa Económica Federal - anunciaram reduções significativas dos seus juros, principalmente nas linhas de crédito ao consumo e para investimentos de micro e pequenas empresas.
A expetativa era de que as instituições privadas seguissem o mesmo caminho, o que ainda não ocorreu.