A fauna e a flora brasileira têm, juntas, mais de mil espécies ameaçadas de extinção, segundo dados dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, lançados hoje pela primeira vez pela Fundação Instituto de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao todo, são 627 as espécies ameaçadas na fauna e 461 espécies na flora do país. O local com maior número de espécies sob risco de desaparecimento é a Mata Atlântica, presente, já em pouca quantidade, no litoral do país. O segundo local mais ameaçado é o Cerrado, no centro do país, e o terceiro é a Amazónia.
Os 62 indicadores do IBGE avaliam os aspetos ambiental, social, económico e institucional do país, e foram divulgados durante a conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, a Rio+20.
Entre as fragilidades, segundo a fundação, está a permanência das desigualdades sociais e de género. Já os fatores que tiveram melhoria nos últimos anos são a redução na desflorestação anual da Amazónia (77% a menos em seis anos), o aumento do número de áreas protegidas, a queda na mortalidade infantil e a melhoria no acesso dos moradores a serviços de água e saneamento.
Mais de metade dos indicadores aponta um resultado favorável ao país, mas com algum tipo de ressalva. A presença de poluentes no ar, por exemplo, registou tendência estacionária ou declino, mas ainda é alta em algumas áreas.
O saneamento também é um desafio, pois o tratamento inadequado de água, lixo e esgotos ainda causam um elevado índice de internamentos por doenças. A reciclagem do lixo é considerada alta, mas dependente das associações de "catadores" (pessoas que recolhem o material reciclável nas ruas para depois o revenderem), devido à coleta seletiva insuficiente.
No que diz respeito à energia, o IBGE aponta que, apesar de a produção brasileira ser 45,5% oriunda de fontes renováveis, o uso de fontes não renováveis teve um aumento. A participação do gás natural passou de 8,7% para 10,8% em 2010, e a do carvão mineral, de 4,7% para 5,2%.
