O ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva desmentiu, esta terça-feira, a acusação de envolvimento no caso "mensalão", feita pelo empresário Marcos Valério, condenado por ter sido o executor daquele esquema criminoso.
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Marcos Valério afirmou ao Ministério Público Federal, em setembro, que pagou despesas pessoais de Lula da Silva e que o ex-Presidente autorizou, pessoalmente, empréstimos usados para o esquema de compra de votos de deputados a troco de apoio, divulgou, esta terça-feira, o jornal Estado de São Paulo.
"Isso é mentira", disse Lula da Silva, citado pela Folha de São Paulo, após o primeiro dia de um seminário organizado pelo seu instituto em Paris.
Lula da Silva recusou responder a mais perguntas.
Marcos Valério também denunciou ao Ministério Público brasileiro que a Portugal Telecom financiou o Partido dos Trabalhadores (PT) com 2,6 milhões de euros, num acordo negociado diretamente entre os então presidentes do Brasil, Lula da Silva, e da empresa, Miguel Horta e Costa.
Numa nota enviada à Lusa, Horta e Costa disse que o caso do "mensalão" é uma "questão de política interna brasileira" e sublinhou que já prestou, anteriormente, "todos os esclarecimentos" solicitados.
Também na França, a Presidente brasileira, Dilma Rousseff, afirmou que o depoimento de Valério é uma tentativa de desgastar a imagem do ex-chefe de Estado, o que considerou "lamentável".
Dilma Rousseff realçou que é conhecida a sua "admiração, amizade e respeito" por Lula da Silva e afirmou que esta não foi a primeira vez que tentaram "destituí-lo da imensa carga de respeito que o povo brasileiro lhe tem".
O Presidente francês, François Hollande, que estava na ocasião com Rousseff, afirmou que o Lula da Silva "assegurou ao Brasil um desenvolvimento económico admirável.