A França está a ponderar a suspensão temporária do acordo de Schengen sobre livre circulação de pessoas na Europa, devido ao fluxo de imigrantes da Tunísia e Líbia, através da Itália, admitiu, esta sexta-feira, a Presidência francesa.
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A questão da imigração é um dos pontos mais sensíveis da cimeira franco-italiana que se realiza na próxima terça-feira, em Roma, com o líder italiano Silvio Berlusconi e o presidente francês Nicolas Sarkozy.
No domingo passado, Paris provocou protestos dos italianos pela suspensão da circulação de comboios da cidade italiana de Ventimiglia para o sudeste da França, por considerar que um comboio com manifestantes a bordo querendo acompanhar os imigrantes tunisinos representava uma ameaça de perturbação da ordem pública.
A França, por sua vez, reagiu mal à decisão da Itália de conceder autorizações de residência de seis meses a mais de 20 mil tunisinos, entre os chegaram às suas zonas costeiras, para que possam juntar-se aos "amigos e parentes" em França e no resto da Europa.
"Existe uma regra que prevalece no acordo de Schengen segundo a qual o primeiro país de entrada gere as populações migrantes", lembrou na passada segunda-feira o ministro do Interior francês Claude Gueant.
O ministro sublinhou ainda que os estrangeiros a quem a Itália dá autorizações provisórias devem mostrar que têm os recursos financeiros para permanecer no país de residência e também para regressar ao seu país de origem depois.
Sem esses recursos, advertiu: "vamos enviar de novo essas pessoas para Itália, que é o primeiro país de entrada".