Cerca de 2000 pessoas mantêm-se, esta quarta-feira, na Praça do Sol, uma das zonas centrais mais importantes de Madrid, numa manifestaçãocontra a situação política e económica, convocada de forma espontânea pelas redes sociais e por SMS. Em Granada, houve manifestação idêntica que resultou em três detenções.
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Hoje, quarta-feira, de manhã várias centenas continuam concentradas no centro de Madrid, tendo instalado um acampamento provisório e criado uma mini-organização para a logística do protesto, incluindo distribuição de água e comida e para contactos com as redes sociais e a imprensa.
Na manifestação, participam pessoas de todas as idades. Num manifesto escrito durante a madrugada e distribuído às primeiras horas do dia, os manifestantes reivindicam o direito a indignar-se e exortam todos os cidadãos - incluindo estudantes e donas de casa - a mobilizarem-se, pedindo uma "democracia e políticas reais".
Definem-se como uma "sociedade cansada que exige uma mudança" e como pacifistas. Com megafones tentam organizar o dia, procurando instalar um sistema de turnos para que os que tenham que ir trabalhar ou estudar possam ser substituídos por outros.
Os manifestantes, que prometem manter-se acampados no que é uma das praças mais emblemáticas de Espanha, defendem, entre outras mudanças, listas partidárias abertas nas candidaturas eleitorais, maior relação entre votos e mandatos e o fim do bipartidarismo.
Rejeitando ligação a qualquer partido ou força política prometem manter os protestos pelo menos até domingo, dia de eleições regionais e municipais em Espanha.
Recorde-se que, ontem, terça-feira, a Praça do Sol ficou completamente bloqueada com os manifestantes.
Em Granada, as detenções decorreram quando a polícia dispersava os manifestantes que, à semelhança do que aconteceu em várias cidades espanholas, se concentraram em defesa de uma mudança no modelo político