Os mais de 130 mil habitantes da Cidade da Praia, a capital de Cabo Verde, que representam mais de um quarto da população do arquipélago, começam esta segunda-feira a sentir a falta de água nas torneiras, que se vai estender por seis dias.
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O corte no abastecimento foi decidido na semana passada pela empresa pública Electra, que, com a "autorização" do Governo, vai proceder a reparações e pôr em funcionamento novas infra-estruturas destinadas a melhorar a produção e distribuição de água, que passará também a ter melhor qualidade.
A população praiense tem reagido entre a indignação, face ao longo período sem água, alegando que deveriam existir outras opções técnicas, e a resignação, lembrando a frequência inusitada dos cortes na distribuição de água, que, esta semana, não impedirá que escolas, hospitais, hotéis e casas comerciais continuem a laborar.
A Câmara da Praia, juntamente com a Electra e outras instituições, vai disponibilizar vários camiões cisterna para abastecer a população mais carenciada da capital, que conta com cerca de 132 mil habitantes (26,9% do total) e cuja maioria só tem acesso a água via os diferentes chafarizes espalhados pela cidade.
A Electra conta ter até sábado próximo as reparações concluídas, trabalhos que são executados no âmbito do 3.º Plano Sanitário da Cidade da Praia, que visa fazer a ligação das novas redes de abastecimento, em que se incluem as novas estações de Palmarejo e Monte Barbosa aos reservatórios já existentes.
O responsável pelo Departamento de Água e Saneamento da Electra, Alberto Brito, explicou que, após a interligação entre as novas estações e os reservatórios já existentes, será aplicado um produto químico para estancar as canalizações, evitando perdas de água, e cujo tempo de actuação é de seis dias.
Ao longo dos últimos dias, a população praiense abasteceu-se com tudo o que teve à mão, entre barris, tambores, bidões, garrafões e alguidares, com alguns deles a atingirem preços exorbitantes no mercado, sobretudo no mercado paralelo. Por outro lado, os garrafões de cinco litros de água potável estão praticamente esgotados na cidade.
A capital de Cabo Verde, explicou à Lusa fonte da Electra, é abastecida apenas por um grande reservatório de água, já antigo, reforçando a ideia de que não existem, por essa razão, outras opções técnicas para concluir a modernização das canalizações.
