A dispersão da nuvem de cinzas proveniente da erupção do vulcão islandês Grimsvotn poderá provocar o cancelamento de 500 voos comerciais na Irlanda do Norte, na Escócia e em partes da Escandinávia, afirmou a agência europeia de tráfego aéreo.
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Até agora já foram cancelados entre 200 e 250 voos, afirmou Brian Flynn, responsável da Eurocontrol.
Actualmente, há em média por dia cerca de 30 mil voos na Europa. Entretanto, as cinzas libertadas pelo vulcão chegaram hoje de manhã ao sudoeste da Noruega, mas apenas provocaram pequenas perturbações no tráfego aéreo, anunciou o operador dos aeroportos noruegueses AVINOR.
No Reino Unido, os controladores de tráfego aéreo anunciaram que as cinzas provenientes do Grimsvotn deverão afectar hoje à tarde os voos de e para a Escócia, norte de Inglaterra e Irlanda do Norte.
A agência que controla o tráfego aéreo no Reino Unido e na zona leste do Atlântico afirmou que os aeroportos manter-se-ão abertos mas que os voos poderão ser cancelados entre as 13 horas locais (mesma hora em Lisboa) e as 19 horas.
Quatro companhias aéreas suspenderam os voos que estavam previstos para as próximas horas de e para a Escócia devido à nuvem de cinzas libertada pela erupção do vulcão islandês Grimsvötn.
Além da British Airways, a holandesa KLM, a irlandesa Air Lingus e a companhia "low cost" Easyjet decidiram cancelar voos desde e para a Escócia.
Em contrapartida, a companhia aérea irlandesa de "low cost" Ryanair, rival da Easyjet, criticou uma ordem das autoridades da aviação civil irlandesa que aconselhou esta manhã a suspensão dos voos de e para Edimburgo, Glasgow e Aberdeeen por razões de segurança.
Num comunicado, a Ryanair afirma que a empresa "rejeita com firmeza esta decisão e acredita que não há fundamento para cancelar os voos" pelo que se reunirá hoje de manhã com a Autoridade para a Aviação Civil irlandesa "para que sejam levantadas com urgência as restrições impostas aos voos" da empresa.
As novas suspensões de voos ocorrem um ano depois da erupção de um outro vulcão islandês ter provocado o encerramento durante vários dias dos espaços aéreos britânico e de vários países europeus por receio que as cinzas vulcânicas pudessem danificar os motores dos aviões.
Este ano, a decisão de voar ou suspender os voos ficou deixada às próprias companhias ainda que estas tenham que pedir sempre autorização à Autoridade da Aviação Civil britânica.
O secretário dos Transportes do Reino Unido, Philip Hammond, declarou à BBC que o país está agora mais bem preparado para a eventualidade do que há um ano, porque tem sistemas "mais robustos" para "minimizar o efeito perturbador" da nuvem de cinzas.
A ameaça da nuvem de cinzas procedente do vulcão Grimsvotn obrigou o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a antecipar em várias horas o voo a partir da Irlanda para Londres para uma visita de Estado ao Reino Unido, que começa terça-feira.