A dívida dos Estados Unidos mais do que duplicou entre 2000 e 2010, ultrapassando actualmente os 14 biliões [milhão de milhões] de dólares, quando no início da década de 2000 rondava os 5,7 biliões.
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Em 30 de Setembro de 2000, a dívida norte-americana era de 5,7 biliões de dólares, apresentando um crescimento gradual até aos nove biliões de dólares no final do exercício fiscal de 2007, o que representa um aumento de mais de 50% da dívida federal em sete anos.
Desde então, a dívida dos Estados Unidos voltou a aumentar, disparando dos nove biliões em 2007 para os 13,6 biliões em 2010, mais 50% em apenas três anos, devido designadamente à crise financeira nascida dos empréstimos hipotecários 'subprime'.
Democratas e republicanos continuam - há semanas - num impasse sobre o aumento do limite da dívida federal, com os primeiros a quererem tributar os rendimentos superiores e os segundos a exigirem cortes na despesa pública.
O último plano conhecido de Harry Reid, líder democrata do Senado, previa uma poupança de 2,2 biliões de dólares em dez anos e elevaria a priori o tecto máximo da dívida o suficiente até 2013, após as eleições presidenciais de Novembro de 2012.
John Boehner, chefe da maioria republicana da Câmara dos Representantes, defende, por seu lado, um programa de redução do défice de 915 mil milhões de dólares em 10 anos, como contrapartida a um voto favorável ao aumento do limite da dívida, que defende que seja feito em duas fases: 900 mil milhões de dólares antes de terça-feira e um novo aumento no início de 2012 (antes das presidenciais).
O mecanismo de limitar legalmente o endividamento permitido ao Estado federal norte-americano foi criado em 1917, quando o país entrou na I Guerra Mundial, altura em que o Congresso autorizou o governo a financiar a guerra, mas impôs um tecto máximo ao montante que poderia ser disponibilizado.
Desde 1980, o limite de endividamento permitido foi aumentado 39 vezes. Só o presidente Ronald Reagan, republicano, elevou-o 17 vezes, sendo o presidente que mais vezes o fez. Nos anos 1990, o tecto máximo da dívida foi aumentado quatro vezes durante a Administração Clinton e, desde 2001, o seu valor foi elevado mais dez vezes: sete nos mandatos de George W. Bush e três com o actual presidente, Barack Obama.
A dívida bruta federal, de cerca de 14,3 biliões de dólares (9,9 biliões de euros), atingiu em meados de Maio o limite máximo autorizado pelo Congresso e o défice orçamental deve atingir os 1,6 biliões de dólares (1,108 biliões de euros) este ano.
O Tesouro norte-americano preveniu que, sem que o limite da dívida seja elevado pelos eleitos até terça-feira, os Estados Unidos ficam incapazes de fazer face às suas obrigações, o que poderá ter consequências perigosas para a economia.