Dezenas de vídeos, divulgados por cidadãos que presenciaram as cargas policiais em Madrid, estão a criar polémica em Espanha. Existem já páginas nas redes sociais com o intuito de divulgar a identidade dos polícias filmados. Veja o vídeo.
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A maioria dos vídeos, realizados durante as manifestações anti-clericiais em Espanha, devido à visita do Papa Bento XVI, são gravados por dispositivos móveis, às escondidas, para que os agentes da polícia não se apercebam que estão a ser filmados. As imagens, idênticas em muitos dos vídeos, estão a causar indignação pela violência dos agentes contra civis que, aparentemente, não mostram atitudes agressivas.
Segundo o "El Mundo", uma das histórias que mais tem dado que falar nas redes sociais é a de um fotógrafo que testemunhou uma agressão da polícia a uma jovem, aparentemente inofensiva. Daniel Nuevo, que trabalha para o "El Día de Córdoba", procurou fotografar o que se estava a passar mas acabou por ser também agredido e perdeu a consciência durante alguns momentos. Veja o vídeo (a partir do primeiro minuto).
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Estas imagens foram aproveitadas por um grupo de pessoas que, revoltadas pelo que assistiram, iniciaram uma "caça ao polícia na internet". Foi criada uma página no Facebook intitulada "Identificar e difundir o polícia da agressão jovem", com o objectivo de identificar o oficial, autor das agressões à jovem. O grupo conta já com cerca de 7500 seguidores.
"Não se trata de uma página de ódio nem perseguição",afirmam os criadores da página no Facebook, na informação prévia do grupo. Querem "mostrar apenas o rosto do polícia e divulgá-lo. Se alguém a utilizar para fazer alguma acção criminal contra ele deverá ser chamado à responsabilidade".
A polícia espanhola vai abrir uma investigação para apurar se a acção dos agentes contra participantes nas manifestações laicas, nos últimos dias em Madrid, foi adequada ou excessivamente violenta.
Pelo menos 11 pessoas ficaram feridas e oito foram detidas em actos que foram já condenados por várias forças políticas e pelas organizações cristãs e laicas, responsáveis pelos protestos.