
O filho mais novo de Kim Jong-il, o jovem Kim Jong-un, parece bem colocado para suceder ao pai, mas analistas ocidentais interrogam-se se o processo de sucessão na hermética Coreia do Norte estará consolidado.
Corpo do artigo
"Kim Jong-il teve muitos anos para se preparar. O filho não teve esse tempo. Além da geração do pai, ainda estão no poder várias representantes da geração do avô (Kim il-Sung)", salientou à agência Lusa um diplomata ocidental residente em Seul.
Questionado sobre os efeitos da morte de Kim Jong-il, o mesmo diplomata afirmou: "A curto prazo não vejo qualquer ameaça à estabilidade regional, mas, a médio e a mais longo prazo, não sei".
"Se o processo de sucessão não estiver consolidado, isso criará instabilidade, o que acabará por se projectar regionalmente", acrescentou.
A morte de Kim Jong-il, aos 69 anos, foi anunciada, esta segunda-feira de manhã (hora local), pela televisão norte-coreana.
O filho mais novo, Kim Jong-Un, foi nomeado presidente da comissão encarregue de organizar o funeral, numa aparente confirmação do seu estatuto de sucessor.
"A revolução coreana é agora liderada por Kim Jong-un", referiu a agência noticiosa oficial norte-coreana num despacho citado em Pequim.
Filho do fundador da Republica Democrática e Popular da Coreia, Kim il-Sung (1912-1994), Kim Jong-il pertencia ao topo da hierarquia norte-coreana desde a década de 1980 e ainda antes do pai morrer já ocupava o cargo de comandante supremo das forças armadas.
Kim Jong-Un, nascido em 1983 ou 1984, só o ano passado entrou para a direcção da Comissão Militar Central, com o posto de vice-presidente.
Como o pai, Kim Jong-Un permanece um personagem misterioso.
A sua mãe, a bailarina Ko Yong Hui, falecida em 2004, foi a terceira mulher de Kim Jong-il
Diz-se que o jovem Kim estudou na Suíça, mas quando regressou à Coreia do Norte terá optado por um curso de "ciência militar".
