O embaixador norte-americano em Lisboa elogiou a intenção da Liga Árabe de formar uma missão de paz com a ONU para a Síria, defendendo que o "consenso" contra o Governo de Damasco é cada vez maior na comunidade internacional.
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No último domingo, os ministros árabes dos Negócios Estrangeiros, reunidos no Cairo, propuseram o estabelecimento de contactos com a oposição síria e a formação de uma missão de paz conjunta com a ONU, de acordo com a AFP.
Num encontro com jornalistas em Lisboa, ocorrido na terça-feira, o embaixador norte-americano Allan Katz considerou que o caso sírio "é muito complicado" e "muito diferente" do que aconteceu na Líbia, pelo tipo "de implicações que traz" com a Rússia e o Irão.
A este propósito, o diplomata norte-americano classificou como "infeliz e indefensável" a posição da Rússia e da China ao vetarem a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que condenava os atos de violência perpetrados pelo Governo de Bashar Al-Assado.
"O caso da Síria é muito mais complicado, mas acho que o que a Liga Árabe tem feito é notável e muito positivo. Se me dissessem que estaríamos aqui sentados a discutir este comportamento da Liga Árabe há dez anos, eu nunca acreditaria", assinalou.
Questionado sobre se concorda com a iniciativa de formar uma missão conjunta entre ONU e Liga Árabe, Katz respondeu que a iniciativa é "positiva", sublinhando que todos os países devem perceber "o que se está a passar": "O que temos é um Governo a matar cidadãos inocentes".
Na opinião do embaixador dos Estados Unidos, existe ainda "um consenso que vai crescendo" de que "o tipo de comportamento que o Governo sírio está a seguir e a perpetrar ao seu povo é inaceitável, seja qual for o ponto de vista".
Na sua conversa com os jornalistas portugueses, Allan Katz evocou ainda o caso da Líbia, lembrando que a obstinação e a "falta de vontade de dialogar" de Kadhaffi "levou onde levou".