
Polícia prendeu dois estudantes durante os distúrbios registados após a manifestação
LLUIS GENE / AFP
Estudantes espanhóis pediram, esta quarta-feira, "menos cortes, mais educação" em protestos em todo o país, contra os cortes orçamentais na educação e a recente violência policial em Valência. Em Barcelona, viveram-se momentos de tensão entre manifestantes e a polícia.
Vários contentores e motos foram incendiados, esta manhã de quarta-feira, em Barcelona, durante os protestos dos estudantes na universidade catalã. A polícia anti-motim prendeu dois estudantes, relata o site do jornal espanhol "El País".
Os agentes da polícia cercaram a parte histórica da universidade, depois dos graves incidentes registados após a manifestação contra os cortes orçamentais e da ocupação da reitoria pelos estudantes.
Num outro incidente, em Barcelona, alguns alunos entraram no edifício da estação de rádio Cadena SER tendo lido um comunicado reivindicativo aos microfones do canal ONA FM.
Alunos e funcionários da Universidade Autónoma já tinham, ao início da manhã, realizado cortes em autoestradas e vias férreas.
Em Madrid várias manifestações com centenas de estudantes convergiram em frente ao edifício do Ministério da Educação, Cultura e Desporto, num protesto que seguiu depois para a Puerta del Sol, praça do centro de Madrid, e que decorreu sem incidentes.
Valência registou uma das maiores manifestações do país, com o protesto a ser tanto contra os cortes no setor educativo como pelo que dizem ser a excessiva força policial usada na semana passada para responder a outros protestos.
"Não criámos esta crise, mas pagamo-la em todos os sentidos da palavra", afirmou à agência France Presse o secretário-geral do sindicato nacional de estudantes, Tohil Delgado.
Houve marchas em cerca de 40 cidades espanholas, protestando os estudantes também contra a anunciada reforma laboral, uma tentativa de estimular o emprego num país com uma taxa de desemprego recorde de 22,85%.
"Todos os cortes e reformas laborais tornam difícil a entrada dos jovens na vida ativa. O futuro depois dos estudos vejo-o a negro", declarou Diego Parejo, estudante de 21 anos a manifestar-se diante do Ministério da Educação em Madrid.
Este é o segundo dia de greve nas universidades catalãs depois de 17 de novembro, quando cerca de 10 mil se concentraram contra os cortes orçamentais.
Em Valência, como noutros locais, os estudantes denunciam também a violência policial, após a atuação excessiva da polícia contra uma concentração de estudantes do secundário no passado dia 20 que causou indignação em todo o país.
