
Israel vai prosseguir com política de colonatos
AMMAR AWAD/REUTERS
Israel não vai ceder à pressão internacional, nem desistir da construção de novos colonatos na Cisjordânia, disse esta segunda-feira uma fonte do gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
"Israel vai manter a sua posição nos seus interesses vitais, apesar da pressão internacional. Não haverá alteração nesta decisão", afirmou a mesma fonte, citada pela agência France Presse, a respeito da permissão dada por Netanyahu à construção de três mil novas casas em Jerusalém Leste e Cisjordânia.
Esta decisão segue-se à aprovação, na quinta-feira da assembleia-geral da ONU da integração da Palestina na organização como Estado não-membro observador, que Israel não reconhece, e de um conflito entre Israel o movimento radical islâmico Hamas, que controla a faixa de Gaza, terminado com um cessar-fogo entre as partes a 21 de novembro.
Algumas das construções agora autorizadas pelo Governo israelita situam-se numa região a leste de Jerusalém, que pode cortar a ligação entre o norte e o sul da Cisjordânia e ameaçar a continuidade territorial e viabilidade de um futuro Estado da Palestina.
Os novos colonatos anunciados na sexta-feira geraram uma vaga de protestos internacionais, com destaque para os Estados Unidos, tradicional aliado de Israel, e também para a União Europeia.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou no domingo que os novos colonatos "são ilegais à luz do direito internacional" e, se avançarem, podem representar um "golpe quase fatal" no que resta das possibilidades de se chegar a uma solução de dois Estados.
Esta segunda-feira, Reino Unido, França, Dinamarca, Suécia e Espanha chamaram os embaixadores israelitas nas respetivas capitais para protestar contra as novas construções.
Além da ampliação de colonatos, Israel anunciou no domingo a confiscação de 460 milhões de dólares do dinheiro de impostos que arrecada em nome da Autoridade Palestiniana e que está obrigado a transferir segundo os acordos de paz de Oslo.
