
LOUAFI LARBI/REUTERS
O Ministério da Defesa da Argélia confirmou que 77 pessoas morreram e uma ficou gravemente ferida na queda de um avião militar na região montanhosa de El Bouaghi, esta terça-feira. As primeiras informações avançadas sobre o acidente admitiam a existência de mais de uma centena de mortos.
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"O acidente fez 77 vítimas mortais e um sobrevivente, gravemente ferido, foi transferido para o hospital militar regional de Constantine", divulgou o ministério, citado pela agência estatal argelina APS.
O sobrevivente, que sofreu um traumatismo craniano, foi descoberto pelas equipas da proteção civil local, segundo um dos responsáveis da entidade, em declarações à rádio pública argelina.
Até ao início da noite desta terça-feira, 76 corpos, dos quais quatro mulheres, foram recuperados pelos socorristas. O Ministério da Defesa argelino indicou que o avião transportava 74 passageiros e quatro membros da tripulação.
A rádio argelina havia anunciado "uma centena de mortos" ao fim da tarde, mencionando 103 pessoas a bordo. Uma fonte das forças de segurança havia informado a agência France Presse que 103 pessoas haviam morrido.
Um balanço trágico que faz figurar o desastre de El Bouaghi entre as piores catástrofes aéreas da Argélia.
O avião militar tinha partido do aeroporto de Tamanrasset, no sul da Argélia, e aproximava-se da pista de aterragem de Constantine, numa zona montanhosa de difícil acesso, quando se despenhou, esta terça-feira. A bordo seguiam militares e alguns familiares.
As primeiras imagens dos destroços mostravam a carcaça do aparelho numa paisagem desértica, entre rochas e vegetação, numa zona montanhosa.
"Mártires do dever"
Cerca do meio-dia, a rádio pública da argelina anunciou "uma centena de mortos", balanço que foi atualizado para as 103 vítimas mortais, pouco depois por uma fonte oficial à France Presse. "Condições meteorológicas muito desfavoráveis, com uma tempestade acompanhada de queda de neve estiveram na origem do acidente", explicou , em comunicado, o ministro da Defesa.
Cerca de 250 socorristas da Proteção Civil participam nas operações de busca, dificultadas pelo mau tempo e pelos difíceis acessos. Um alto responsável militar, o coronel Lahmadi Bouguern, explicou que a região tem sido afetada, há já vários dias, por ventos fortes, que têm condicionado a visibilidade. Foi já criada uma comissão de inquérito para determinar as causas do acidente.
O presidente argelino Abdelaziz Bouteflika decretou três dias de luto nacional. "Os soldados que morreram no despiste do avião militar são mártires do dever", disse.
