O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, exortou este domingo a Rússia a parar com as atividades militares e as ameaças contra a Ucrânia, afirmando que as ações de Moscovo põem em causa "a paz e a segurança na Europa".
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Rasmussen fez estas declarações à entrada da reunião de emergência deste domingo com os 28 embaixadores da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em Bruxelas.
"Vamos discutir as implicações (da ação da Rússia) para a segurança Europeia", acrescentou ainda o responsável.
No sábado, o secretário-geral da NATO anunciou através da rede social 'Twitter' a convocação dos 28 embaixadores para "conversações de emergência" sobre "a grave situação na Ucrânia".
Ainda a propósito da crise da Ucrânia e do envolvimento da Rússia, vários países estão a suspender a sua participação nas reuniões preparatórias da cimeira do G8 (Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Japão e Rússia).
Depois de os Estados Unidos o terem anunciado, agora foi a vez de a França dizer o mesmo depois de uma "reunião de crise" entre o presidente francês, François Hollande, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius.
O Canadá, por sua vez, decidiu mesmo suspender a sua participação na cimeira prevista para junho na cidade russa de Sochi.
A câmara alta do parlamento russo aprovou no sábado, por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin para autorizar "o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia".
Esta decisão surgiu horas depois da denúncia da Ucrânia, na sexta-feira, de que a Rússia fez uma "invasão armada" na Crimeia, península do sul do país onde se fala russo e está localizada a frota da Rússia do Mar Negro.
Já este domingo, o primeiro-ministro da Ucrânia disse que o país está "à beira do desaste", depois da "declaração de guerra da Rússia".
"Este é um alerta vermelho. Se não é uma ameaça, é então uma declaração de guerra ao meu país", afirmou Arseniy Iatseniuk, numa declaração em que também apelou ao "presidente (russo Vladimir) Putin para retirar as suas forças armadas" da Ucrânia.
Entretanto, no sábado à noite, o presidente norte-americano, Barack Obama, teve uma conversa telefónica de cerca de 90 minutos com o homólogo russo, a quem disse para fazer recuar as forças russas para as bases na Crimeia e advertiu Vladimir Putin contra um isolamento internacional crescente, se mantiver a intervenção na Ucrânia.
Depois de um apelo do Governo de Kiev, o Conselho de Segurança da ONU vai também reunir-se este domingo para uma segunda ronda de discussões em 24 horas devido à escalada de tensão na Ucrânia.
Já os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da União Europeia vão reunir-se de urgência na segunda-feira também para analisar a situação na Ucrânia.