O Ministério Público venezuelano confirmou, esta terça-feira, que estão a ser investigados 140 alegados casos de tortura, cometidos por funcionários policiais contra cidadãos detidos no âmbito dos protestos que desde fevereiro se registam no país.
Corpo do artigo
Num comunicado divulgado em Caracas, o MP precisa que as investigações estão a ser efetuadas pela Direção de Proteção dos Direitos Fundamentais daquele organismo e incluem ainda dois casos de "homicídio consumado".
Segundo o MP, 17 polícias estão detidos, três encontram-se em regime de apresentação periódica mensal, e existem cinco mandados por executar.
O documento precisa ainda que, entre 26 e 30 de abril, 20 pessoas foram formalmente acusadas de delitos que vão desde atentados a meios de transporte, intimidação e instigação pública a porte de arma em lugares públicos, no âmbito de manifestações violentas.
O MP acrescenta que durante as manifestações ocorridas desde fevereiro, morreram, oficialmente, 41 pessoas, nove das quais funcionários policiais ou militares. Por outro lado, 785 ficaram feridas, 2.730 foram detidas e apresentadas aos órgãos jurisdicionais e 197 estão em prisão.
Caracas, com 11 mortos, é a região do país com mais pessoas mortas, seguindo-se os estados de Carabobo (10), Táchira (7), Mérida (4), Arágua (3), Lara (2), Zúlia (2), Miranda e Sucre, cada um com um morto.
Dos 785 feridos, 510 são civis e 272 funcionários públicos, polícias e militares.
Caracas é a região do país com mais feridos (228), seguida pelos estados de Táchira (140), Carabobo (77), Mérida (70), Lara (63), Arágua (57), Zúlia (49), Trujillo (21), Sucre (15), Nueva Esparta e Falcón, cada um com 13.
Em Anzoátegui e Bolívar, o número de feridos ascende a 11 em cada, seguindo-se Miranda (8), Portuguesa (5), Barinas (3) e Apure (1).