
O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu, esta quinta-feira, "punir severamente os terroristas", horas depois de um ataque com explosivos ter matado 31 pessoas num mercado de Urumqi, no noroeste da China.
Num comunicado citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Xi Jinping revelou que a polícia "irá organizar patrulhas e efetuar controlos de segurança sobre possíveis alvos terroristas e impedir efeitos a propagação dos seus efeitos".
Xi Jinping, que é também secretário-geral do Partido Comunista Chinês, pediu às autoridades locais para "resolver o caso depressa, tratar adequadamente os feridos e apresentar condolências às famílias das vítimas".
O governo chinês "continuará a trabalhar arduamente no combate ao terrorismo e fará o melhor para assegurar a estabilidade social", assegurou o presidente chinês.
Um grupo de trabalho dirigido pelo ministro chinês da Segurança Publica, Guo Shengkun, seguiu para o Xinjiang, para "supervisionar a investigação e lidar com as consequências" do ataque de hoje de manhã (hora local), indicou a Xinhua.
O ataque com explosivos ocorreu cerca das 8 horas (1 hora em Lisboa) num mercado ao ar livre perto do centro de Urumqi, a capital do Xinjiang, região autónoma do noroeste da China, de maioria muçulmana.
Segundo o balanço difundido cerca das 14horas (7 em Lisboa), o ataque, descrito pelas autoridades locais como "um ato de violência terrorista", causou "pelo menos 31 mortos e 94 feridos".
Urumqi fica a mais de dois mil quilómetros de Pequim.
Testemunhas citadas pela Xinhua dizem ter visto dois veículos colidirem deliberadamente com as pessoas que se encontravam no mercado e, "antes de os veículos explodirem", os seus ocupantes lançaram explosivos.
Muitos dos feridos eram idosos que costumavam ir ao mercado de manhã cedo, disseram as testemunhas.
Um comerciante disse à Xinhua ter ouvido uma dúzia de explosões.
O Xinjiang é um território cerca de 17 vezes maior que Portugal e com apenas 23,5 milhões de habitantes, muito rico em recursos minerais, que confina com o Afeganistão, Paquistão e várias ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central.
Os uigures, povo de religião muçulmana e cultura turcófona, constituem cerca de 45% da população, mas o número de han, a maior etnia da China, tem aumentado muito ao longo do último meio século, suscitando ressentimentos.
Nos últimos dois anos, o Xinjiang tem sido palco de frequentes atos de violência, atribuídos pelo governo chinês a "terroristas ligados à Al-Qaeda e a extremistas religiosos que advogam a jihad (guerra santa)".
