
Ativistas manifestaram-se esta segunda-feira, em frente à sede do Governo regional contra os crimes de violação
Dibyangshu Sarkar/AFP
Uma mulher de 22 anos foi violada por vários homens, obrigada a beber ácido e estrangulada até à morte na Índia. O caso aconteceu no mesmo Estado em que duas jovens foram violadas e enforcadas, na semana passada.
A polícia encontrou, este sábado, o corpo da jovem no meio de um campo perto da vila de Aithpura, no Estado de Uttar Pradesh, no Norte do país. A mulher tinha o rosto desfigurado e vestígios de ácido no estômago.
Os agentes que estão a investigar o caso apontam para a possibilidade de este ser um "crime de honra" ou um caso de tráfico de mulheres, uma vez que a vítima tinha a cara irreconhecível.
Esta situação ocorreu uma semana depois de duas outras adolescentes terem sido violadas e enforcadas também em Uttar Pradesh.
A população da região exige agora ao chefe do governo regional, Akhilesh Yadav, que tome mais medidas contra estes crimes. Yadav já anunciou o julgamento dos indivíduos acusados do crime da passada semana e cedeu ao pedido de uma investigação independente. Até à data, foram presos cinco homens, dois deles agentes da polícia.
Mesmo com estas decisões, centenas de pessoas, maioritariamente mulheres, manifestaram-se, esta segunda-feira, em frente à sede do governo regional, contra o aumento de crimes violentos, mas foram afastadas pela polícia.
A Organização das Nações Unidas pede que as leis sejam implementadas com urgência para travar a onda de violência contra as mulheres que vivem no Norte da Índia.
Em 2013, o Governo indiano fez alterações mais rígidas nas leis relativas à violência sexual. Desde então, o conceito de crime sexual é mais amplo e se a vítima morrer ou ficar em coma, a punição pode ser a pena de morte. Se as mulheres não oferecerem resistência, não deve ser visto como consentimento do ato.
Também as sanções para ataques com ácido foram agravadas e o Supremo Tribunal ordenou que a venda do produto fosse restringida.
