
Alyona e Maria são professoras em Vila Nova de Gaia
Luís Pedro Carvalho/JN
Alyona Smertina e Maria Lypkan vivem em Portugal, mas o "coração está lá", na pátria de onde saíram para ter uma vida melhor. Sempre atentas aos momentos conturbados na Ucrânia, as duas professoras da escola Barvinok, em V. N. de Gaia, vão participar nas eleições parlamentares de domingo.
À distância, "o coração dói" com os problemas do país e as duas centram atenções na corrupção política e na guerra em Donetsk e Lugansk. As notícias que chegam através da família e dos meios de comunicação ucranianos e russos não lhes apaziguam a alma patriota, que quer ver a Ucrânia a crescer unida.
Para Alyona, o presidente Poroshenko merece confiança porque as coisas estão a mudar e "ele está a lutar". Cá, a mudança foi evidente para ela: "Dantes, eles nem sabiam que nós existíamos" enquanto comunidade em Portugal. Com uma perspetiva otimista sobre o futuro e sobre o desfecho das eleições, há no entanto alguma prudência no discurso, porque Alyona deixou de acreditar no poder instalado. Sobre o que aí vem, afirma não confiar "a 100%", mas o objetivo é "mudar tudo na Ucrânia". No entanto, a professora reconhece que "é preciso tempo para resolver as coisas".
Regressada há pouco de umas férias no Ucrânia, Alyona diz ter encontrado pessoas "cansadas e preocupadas" com problemas que assolam o país há anos e que se agravaram com o conflito na fronteira com a Rússia. "Eles sofreram muito, mas também se juntaram em organizações voluntárias que se reúnem para ajudar quem sofre com a guerra", afirma, salientando que o pessimismo grassa no país, porque "já ninguém acredita em nada".
