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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou, esta sexta-feira, novas restrições para os imigrantes e não exclui sair da União Europeia, caso não sejam efetuadas alterações nos países-membros.
A imposição de um prazo de seis meses para que os imigrantes encontrem trabalho e a limitação dos benefícios sociais e fiscais que podem receber são algumas das medidas anunciadas por David Cameron. "Se as nossas preocupações forem ignoradas e não pudermos melhorar a nossa relação com a União Europeia (UE), então, naturalmente, não excluo nada".
O plano do primeiro-ministro britânico, que nos últimos meses tem defendido a imposição de regras apertadas para controlar o fluxo de imigrantes, prevê, por exemplo, que os imigrantes só possam aceder a determinados benefícios decorrentes do trabalho, como o crédito fiscal ou a habitação social, depois de pelo menos quatro anos de residência no Reino Unido.
As medidas preveem ainda que a imigração só seja autorizada quando houver uma oferta de trabalho e que os imigrantes que não encontrem trabalho no prazo de seis meses sejam intimados a abandonar o Reino Unido.
O plano não contém, no entanto, propostas sugeridas nas últimas semanas, como o estabelecimento de um número máximo de imigrantes, medida que seria contrária ao princípio da livre circulação na UE e que suscitou críticas de vários parceiros europeus.
"O Reino Unido apoia o princípio da livre circulação dos trabalhadores como parte do Mercado Único", ressalvou, deixando claro que pretende apenas "funcionar de uma maneira mais sustentável, à luz da experiência dos últimos anos".
Cameron tem sido pressionado pela ala eurocética do Partido Conservador para travar a imigração de modo a agradar ao eleitorado que transferiu o seu voto para o eurocético Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), que defende a saída do país da UE como única forma de travar a imigração.
As próximas eleições britânicas realizam-se em maio de 2015 e o atual chefe de Governo prometeu renegociar a relação britânica com a UE e submeter a referendo a permanência do país na União.
