
Irmãos de Maria de los Angeles Pineda são traficantes de droga
PGR México/REUTERS
A mulher do ex-autarca de Iguala, cidade do sul do México, onde desapareceram 43 estudantes em 26 de setembro, foi acusada formalmente de participação em crime organizado, anunciou o Ministério da Justiça mexicano na segunda-feira.
Ao fim de dois meses de detenção preventiva, Maria de los Angeles Pineda foi acusada por um juiz pela "sua provável participação no crime organizado" e por "operações financeiras com fundos de proveniência ilegal", pormenorizou o chefe da agência de investigações criminais, Tomás Zerón.
Irmã de três traficantes de droga, Maria Pineda é considerada pelas autoridades judiciais a principal representante em Iguala do grupo criminoso Guerreros Unidos, suspeito de ser o autor do provável massacre dos 43 estudantes no Estado de Guerrero.
Pineda foi transferida da Cidade do México para uma prisão em Nayarit, no oeste do país, bem como 10 polícias detidos há dias pelo mesmo assunto.
Cerca de 90 pessoas no total, entre polícias locais, traficantes e funcionários públicos, foram detidas até hoje por envolvimento no caso dos desaparecidos de Iguala.
O ex-presidente da autarquia de Iguala, José Luis Abarca, e a mulher, considerados pelas autoridades como os instigadores do rapto dos jovens, tinham sido detidos na capital, em 04 de novembro.
Abarca já tinha sido acusado, em 15 de novembro, por ligação ao crime organizado, bem como por rapto e homicídio num caso anterior.
Segundo as autoridades judiciárias, o "casal imperial" de Iguala receava que os jovens perturbassem uma cerimónia pública dirigida por Pineda.
Na noite de 26 para 27 setembro, um grupo de estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa foi atacado a tiro por polícias locais, associados com traficantes de droga. Depois do tiroteio, que fez seis mortos, foram, dados como desaparecidos 43 estudantes.
As autoridades judiciárias avançaram que os polícias locais entregaram os jovens a membros do cartel dos Guerreros Unidos, que os terão assassinado e queimado, antes de lançarem as cinzas para uma ribeira.
Até hoje, apenas os restos de um dos jovens puderam ser identificados, enquanto os pais das vítimas continuam a reclamar o aparecimento dos outros 42 com vida.
