
Strauss-Kahn compareceu em tribunal mas só deverá prestar declarações no dia 10 deste mês
Gonzalo Fuentes/Reuters
Grupo que organizava festas de sexo, com recurso a prostitutas, em hotéis de Paris, Lille e Washington começou, esta segunda-feira, a ser julgado, com o ex-presidente do FMI, Strauss-Kahn, no banco dos réus.
Se, no início de 2011, Strauss-Kahn (DSK) era um do líderes políticos mais influentes do mundo, à frente dos destinos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e possível candidato socialista à presidência de França, maio desse ano transformou-lhe a vida. Nos EUA, foi acusado de violar uma funcionária de um hotel e, apesar do caso criminal ter sido arquivado e de ter conseguido um acordo no caso cível, a sua carreira resvalou e começaram a ser divulgados pormenores da sua vida privada na imprensa, incluindo alegações de violações.
Esta segunda-feira, em Lille, começou o julgamento do caso "Carlton", que se iniciou no mesmo ano das acusações de violação nos EUA, e que o envolve na angariação de prostitutas para orgias em Paris, Lille e Washington. O processo terá tido origem em denúncias anónimas sobre festas sexuais nos hotéis Carlton e Tours, em Lille, e a investigação acabou por conduzir as as autoridades até Dominique Strauss-Kahn.
O antigo homem-forte do FMI está acusado de "proxenetismo agravado", por usar os seus contactos para recrutar prostitutas, e poderá ser condenado a um máximo de 10 anos de prisão e 1,5 milhões de euros de multa. Strauss-Kahn confirma ter participado nas festas, mas diz que desconhecia que as mulheres eram prostitutas.
Strauss-Kahn compareceu em tribunal para a abertura do julgamento, mas só deverá prestar declarações no dia 10 deste mês, num depoimento que se prevê que dure dois dias e meio. Ontem, a acusação pediu que os trabalhos decorressem à porta fechada, para salvaguardar a identidade das prostitutas que serão testemunhas no processo, mas o juiz deu razão à defesa, que pretendia manter o caso público. Mais de 200 jornalistas foram acreditados para seguir o caso.
