
Muhammad Hamed / Reuters
Os Governos de alguns países europeus e dos Estados Unidos sublinharam, esta terça-feira, numa declaração conjunta a necessidade de uma "solução política" na Líbia e apelaram para a formação de um Governo nacional que se dispõem a apoiar.
"O assassínio brutal de 21 cidadãos egípcios na Líbia por terroristas ligados ao Estado Islâmico sublinha uma vez mais a necessidade urgente de uma solução política para o conflito", indica a declaração hoje divulgada em Roma.
"O terrorismo afeta todos os líbios e nenhuma fação pode enfrentar sozinha os desafios com que o país atualmente se confronta", prossegue o texto.
A formação de um Governo de unidade nacional, que as grandes potências ocidentais (Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Espanha) se dizem dispostas a apoiar, "constitui a maior esperança para os líbios", segundo a declaração.
O documento anuncia igualmente que o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Líbia, Bernardino Leon, convocará nos próximos dias uma série de reuniões com o objetivo de conseguir a formação desse executivo de unidade nacional.
Aqueles que não participarem no processo de reconciliação estarão a excluir-se da "solução política na Líbia", acrescentam os signatários do texto.
"Quatro anos após a revolução", que levou à queda do coronel Muammar Kadhafi, "não será permitido a quem tente impedir o processo político e a transição democrática na Líbia condenar o país ao caos e ao extremismo", indica ainda o texto, sem todavia fazer qualquer referência a uma eventual ameaça de intervenção militar no caso de o processo não ser bem-sucedido.
A Itália, na primeira linha em relação à Líbia, tinha recentemente procurado mobilizar a Organização das Nações Unidas (ONU) e os seus aliados europeus para tentar devolver a estabilidade à sua antiga colónia, temendo a criação de um "califado" na outra margem do Mediterrâneo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Paolo Gentiloni, afirmou este fim de semana que a Itália está "pronta para combater" e a sua homóloga da Defesa, Roberta Pinotti, precisou que o país vai liderar uma coligação armada e enviará pelo menos 5.000 homens para o terreno.
Mas o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, recuou na segunda-feira, considerando não ser "o momento para uma intervenção militar" e instando a que se dê provas de "sageza e prudência".
O Governo italiano confirmou hoje, por outro lado, a sua intenção de enviar para a Líbia mais cerca de 1.800 militares, no âmbito de uma operação destinada a impedir ataques terroristas.
Esta decisão foi anunciada a 10 de fevereiro no quadro de um plano para tornar mais eficaz a luta contra o terrorismo, visando em particular aqueles que combatem nas fileiras dos islamitas radicais no Iraque, na Síria e na Líbia.
