O primeiro-ministro italiano Matteo Renzi pediu uma reunião de emergência aos parceiros da União Europeia, na sequência de novo naufrágio no Mediterrâneo, que terá custado a vida a cerca de 700 pessoas. UE já anunciou encontro.
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O gabinete de Matteo Renzi reuniu de emergência, este domingo, após ter sido noticiado o naufrágio ao largo da costa da Líbia. Uma traineira virou, durante a madrugada, lançando cerca de 700 pessoas para a morte, no que será o maior desastre com imigrantes no mediterrâneo este ano.
A União Europeia anunciou já que vai organizar uma reunião de urgência com os ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros por causa do naufrágio da embarcação, a 60 milhas da costa da Líbia.
Um navio mercante com bandeira portuguesa, o "King Jacob", foi o primeiro a chegar ao local, tendo resgatado cerca de 30 pessoas. Ao verem aproximar-se ajuda, as pessoas juntaram-se todas na borda da embarcação de pesca, que virou, lançando centenas de pessoas às águas.
Vários barcos, entre pesqueiros, navios mercantes e pelo menos uma embarcação da marinha italiana estão a participar nas buscas por sobreviventes, auxiliados por um helicóptero.
A organização não-governamental Save the Children pediu, este domingo um acordo imediato entre os países europeus que ponha fim aos naufrágios no Mediterrâneo.
Em comunicado, aquela organização pediu que os presidentes dos vários países da União Europeia se reúnam dentro de um prazo máximo de 48 horas para analisarem a situação relacionada com a imigração.
O documento refere que a organização já tinha alertado sobre o aumento das travessias de imigrantes devido à instabilidade na Líbia, sublinhando os riscos a que as crianças são submetidas quando sujeitas a viagens marítimas sem condições de segurança.
"O que está a acorrer no Mediterrâneo não é um acidente, é o resultado direto das nossas políticas. Quantas crianças inocentes, assim como as famílias, vão ter de morrer para que os nossos líderes atuem?", questiona a Save the Children.
Andres Conde, diretor-geral da organização não-governamental acredita que é o momento de "pôr o humanismo à frente da política" e restabelecer imediatamente as operações de salvamento.
"A Europa não pode olhar para o lado enquanto milhares de pessoas morrem ao largo da costa", sublinhou.
A organização Save the Children referiu-se também aos testemunhos de várias crianças que chegam a Lampedusa, Sicília, Calábria, e Apulia e que revelam o nível de violência a que estão a ser sujeitas na Líbia.