O PP espanhol ganhou as eleições para a Câmara de Madrid, à frente da plataforma Ahora Madrid, que integra o Podemos, mas sem uma maioria absoluta e vulnerável a acordos pós-eleitorais da esquerda.
Esperanza Aguirre, a cabeça-de-lista pelo PP em Madrid, obteve 21 deputados municipais (a maioria absoluta atinge-se aos 29), mais um do que a plataforma Ahora Madrid, de Manuela Carmena. O PSOE (Miguel Carmona) obteve nove deputados e o Ciudadanos, de Begoña Villacís, sete assentos.
Assim, um eventual acordo do PP com o emergente de centro-direita Ciudadanos é insuficiente para contrariar um eventual acordo entre a plataforma Ahora Madrid e o PSOE.
Os "populares" gerem a câmara da capital espanhola desde há 24 anos.
No discurso de reação aos resultados (ainda a faltar alguns votos para os 100%), Esperanza Aguirre destacou que o PP ganhou em 119 câmaras das 170 na região de Madrid, incluindo as mais importantes, como Madrid capital.
"Desde que não haja acordo entre os outros partidos, eu serei a nova 'alcaldesa' de Madrid. Mas vou trabalhar, quer seja presidente, quer esteja na oposição camarária", disse Esperanza Aguirre, antiga presidente da Comunidade de Madrid e presidente do PP-Madrid.
Já Manuela Carmena, a ex-juíza que liderou a plataforma Ahora Madrid, referiu que "em Madrid ganhou uma maioria que quer a mudança, que quer um 'cambio'".
"Não ganhou o Ahora Madrid, ganharam vocês, ganhou a cidadania em Madrid", disse Manuela Carmena, que antes de discursar teve no palco o secretário-geral do Podemos, Pablo Iglesias, que apoiou a plataforma.
A lei eleitoral espanhola indica que nas municipais (ao contrário das autonómicas) os partidos têm apenas uma hipótese de chegar a acordos de coligação pós-eleitorais.
Sem esse acordo logo na primeira votação camarária (para eleger a presidente), o candidato da lista mais votada assume a gestão da câmara.
