A origem da misteriosa "doença do sono", que deixava a dormir durante seis dias seguidos habitantes de duas aldeias do norte do Cazaquistão, parece estar descoberta.
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A doença manifestou-se já em 2010 mas, ao longo dos anos, foi afetando cada vez mais pessoas das aldeias de Kalachi e Krasnogorsk.
Os habitantes dessas aldeias chegavam a dormir seis dias seguidos. Face à ausência de uma explicação médica, os habitantes achavam que estavam amaldiçoados ou que alguém tinha envenenado a água e até a própria vodka.
Além do sono profundo, existiram também casos de alucinações, perdas de memória, náuseas e vertigens, que afetaram crianças e adultos.
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"Conduzia a minha moto no dia 28 de agosto e de repente adormeci. Só acordei no dia 2 de setembro", relatou um habitante de Kalachi ao site "EurasiaNet.org".
Para resolver o quebra-cabeças, o governo do Cazaquistão enviou especialistas para o local e parece ter encontrado agora a explicação para a "sonolência" coletiva: concentração anormal de monóxido de carbono e hidrocarbonetos no ar.
"Depois de fazermos exames aos habitantes, recebemos a confirmação dos laboratórios. A causa principal é o monóxido de carbono. Quando o monóxido de carbono e os níveis de hidrocarbonetos aumentam, o oxigénio baixa e produz esses desmaios", disse, em conferência de imprensa, o vice-primeiro-ministro do Cazaquistão, Berdybeck Saparbayev.
Uma mina de urânio, explorada durante a antiga União Soviética, será a responsável pela libertação do monóxido de carbono e das partículas de hidrocarbonetos para a atmosfera.
Os habitantes de Kalachi e Krasnogorsk estão agora a ser realojados pelo governo noutras localidades.
