O primeiro-ministro sérvio, Aleksandar Vucic, afirmou na quinta-feira que a Sérvia ia ser confrontada com "novos problemas" a partir de 15 de setembro, data da entrada em vigor na Hungria de nova legislação antimigrantes.
"Vamos ter numerosos problemas perante nós depois de 15 de setembro", declarou Vucic, durante uma entrevista à televisão estatal sérvia (RTS), sem detalhar.
Lembrando que o inverno se aproxima, Vucic convidou os seus concidadãos a demonstrarem "solidariedade e tolerância" face aos refugiados.
"Devemos preparar-nos para este inverno. Depois do 15 de setembro, os refugiados que estavam dois ou três dias na Sérvia vão ficar mais tempo, entre cinco a dez dias, e devemos estar preparados para esta nova realidade", afirmou.
"Solicito aos meus concidadãos que compreendam isto e percebam que o nosso país não perde absolutamente nada" se ajudar os refugiados, insistiu o chefe do governo sérvio.
Adotadas por Budapeste, várias medidas legais vão entrar em vigor em 15 de setembro com o objetivo de tornar a fronteira húngara tão estanque que possível às entradas clandestinas.
O governo húngaro prevê inclusivamente a possibilidade de colocar o exército na fronteira e tornar passível de prisão até três anos a passagem da barreira com arame farpado que colocou este verão ao longo dos 175 quilómetros da sua fronteira com a Sérvia.
Mais de 175 mil refugiados provenientes maioritariamente do Médio Oriente e dirigidos para o oeste europeu entraram na Hungria este ano, na sua grande maioria a partir da Sérvia.
Mencionando as declarações do ministro macedónio dos Negócios Estrangeiros, Nikola Poposki, à imprensa estrangeira sobre a intenção de a Macedónia pensar em erigir uma barreira na sua fronteira, à semelhança da Hungria, para procurar desencorajar o fluxo de refugiados em trânsito, Vucic declarou que a Sérvia não tinha qualquer intenção de erigir muros.
"Vejo que a Macedónia quer erigir um muro (na fronteira com a Grécia) para que toda a Europa seja rodeada de barreiras. Não vamos erigir muros. Vamos encontrar uma solução" para o problema dos refugiados, disse.
