
Confrontos em Jerusalém
ABIR SULTAN/EPA
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou esta terça-feira sanções mais pesadas contra atiradores de pedras (Intifada) depois do aumento de "ataques contra cidadãos e polícia" e três dias de confrontos no Monte do Templo, Esplanada das Mesquitas para muçulmanos.
"Foi decidido reforçar as medidas em diversas áreas: uma alteração das regras será examinada, assim como o estabelecimento de uma pena mínima para atiradores de pedras e pesadas multas para os menores -- e seus pais -- que cometam aqueles crimes", disse o chefe do Governo israelita, no início de uma reunião de urgência com vários ministros e responsáveis pela segurança.
Na abertura do encontro, o primeiro-ministro israelita reiterou também o seu compromisso em manter o 'status quo' do Monte do Templo.
A Intifada, ou guerra das pedras, é um levantamento palestiniano contra Israel nos territórios ocupados da faixa de Gaza e da Cisjordânia.
"Israel está comprometido em manter o 'status quo' do Monte do Templo, mas não vai permitir que amotinados impeçam os judeus de visitar o local", disse Netanyahu.
Os confrontos dos últimos dias começaram quando as autoridades israelitas entraram, no domingo, na área da mesquita de Al-Aqsa numa perseguição a um grupo de palestinianos suspeitos de esconder explosivos na cidade.
A polícia israelita forçou a entrada na mesquita de Al-Aqsa, utilizando gás lacrimogéneo para dispersar "atiradores de pedras" palestinianos. Os confrontos alastram-se depois para a rua.
As forças de segurança israelitas decidiram então encerrar a Esplanada das Mesquitas ao culto, depois dos confrontos, que ocorreram a poucas horas do início do Ano Novo Judeu.
A Esplanada das Mesquitas, que inclui a mesquita Al-Aqsa e a Cúpula da Rocha, é o terceiro lugar sagrado do Islão após Meca e Medina. É designada pelos muçulmanos como al-Haram al-Sharif (Nobre Santuário).
O lugar é igualmente venerado pelos judeus, como o Monte do Templo, sendo considerado o local mais sagrado do judaísmo.
Os palestinianos receiam que Israel esteja a tentar alterar as regras que regem o local. As autoridades israelitas desmentem qualquer intenção.
A Esplanada das Mesquitas rege-se por um 'status quo' herdado do conflito de 1967: tanto judeus quanto muçulmanos podem visitar o lugar sagrado com vista para a Cidade Velha de Jerusalém, mas os judeus não têm o direito de rezar no local.
As Nações Unidas e os Estados Unidos já pediram moderação às duas fações, enquanto a Jordânia, que tem a custódia dos lugares sagrados muçulmanos em Jerusalém ao abrigo de um acordo de paz assinado com Israel em 1994, alertou que a situação é melindrosa.
