
Foram captadas imagens de hospedeiras num ritual que implica que se coloquem nas zonas de armazenamento dos aviões. A questão está agora a gerar polémica nas redes sociais.
As imagens, que mostram hospedeiras de bordo deitadas em compartimentos destinados à bagagem de mão, está a gerar polémica na China. Foram partilhadas no WeChat e, segundo a mensagem que anexava a imagem, a tripulação foi "forçada a entrar nos compartimentos pela equipa de segurança [masculina] após completar de 30 a 50 horas de serviço".
Este apresenta-se como um ritual da companhia aérea chinesa Kunming Airlines de "boas-vindas" a novos trabalhadores. Para além do próprio acto em si, a situação está a ser vista como um tratamento sexista por parte dos trabalhadores.
A televisão chinesa, a CCTV News, conta que as hospedeiras realizaram o ritual, apesar de contrariadas, por terem medo das represálias que poderiam sofrer. É ainda referido que várias trabalhadoras já tinham apresentado queixa à companhia e pedidos de investigação, mas foram ignorados e o ritual acabou por permanecer durante cerca de cinco anos.
Depois do caso se ter tornado viral nas redes sociais chinesas e no WeChat, a companhia aérea veio dar o seu parecer esta segunda-feira. A Kunming Airlines diz que não tinha conhecimento de tais práticas e que se encontra a investigar o caso.
Foi ainda esclarecido que o ritual apenas se realiza quando o avião se encontrava sem passageiros e que, por isso, não implica a segurança dos mesmos.
"A companhia dá grande importância a este incidente e evitará que situações semelhantes voltem a aconteceu", esclareceu em comunicado.
Esta prática é apresentada como algo comum em várias companhias, chegando a ganhar, no Instagram, a hashtag #overheadbin. O que acaba por distanciar o caso chinês dos restantes é o medo mostrado pelas profissionais nas imagens e a conotação sexista a elas associada.
Comentários a favor das trabalhadoras
Os utilizadores das redes sociais têm-se mostrado do lado das hospedeiras. No Weibo, a rede social chinesa, um utilizador diz que "as hospedeiras já sofrem com passageiros difícieis e horários de voos irregulares. Imaginem ter de lidar com problems adicionais com colegas".
"Profissionais da indústria da aviação? Eles estão a comportar-se como crianças na escola", referiu outro utilizador.
Há, por outro lado, quem se mostre preocupado com as questões de falta de segurança que poderão estar associadas a esta prática: "Mesmo não havendo passageiros quando realizam estas práticas, elas representam, de qualquer forma, uma ameaça à segurança. O que é que acontece se o peso deles causar impacto no compartimento superior e fizer com que se parta durante um voo?", disse.
