
Beata Szydlo, do partido conservador Lei e Justiça (PiS)
Kacper Pempel/Reuters
O partido conservador Lei e Justiça, liderado pelo eurocético Jaroslaw Kaczynski, obteve a maioria absoluta nas eleições legislativas na Polónia, de acordo com as projeções.
Segundo as projeções avançadas pelas televisões, o partido Lei e Justiça (PiS) alcançou 39,1% dos votos. Ou seja, 242 deputados em 460 lugares.
A candidata deste partido nacionalista à chefia do Governo é Beata Szydlo, de 52 anos, que defende os valores católicos e patrióticos, manifesta relutância em aceitar todas as diretrizes de Bruxelas e promete criar entraves à mobilidade dos refugiados. Esse foi um dos temas quentes da campanha, com críticas ao anterior Executivo por aceitar receber 7000 refugiados. A redução da idade da reforma, o aumento do salário mínimo e dos subsídios também encontraram eco junto do eleitorado, sobretudo rural.
Com base nas projeções, o segundo partido mais votado é a Plataforma Cívica (PO), de centro-direita, da primeira-ministra cessante Ewa Kopacz, com 23,4% dos votos e 133 deputados. O PO estava no poder desde 2007. O desgaste a governar o país, sexta economia da União Europeia, e os escândalos públicos, como a troca de favores, contribuíram para a derrota.
Jaroslaw Kaczynski declarou vitória e dedicou-a ao irmão gémeo, o antigo presidente Lech Kaczynski, que morreu em 2010 num acidente de aviação em Smolensk, Rússia. "É a primeira vez na Polónia democrática que um partido sozinho chega à maioria", destacou. Entre as propostas do PiS consta o aumento dos impostos sobre bancos e supermercados, atingindo neste caso o BCP e a Jerónimo Martins, proprietária do Pingo Doce e que tem mais de 2600 lojas com a marca Biedronka.
Ewa Kopacz admitiu a derrota. "Não desperdiçámos os últimos oito anos. Deixamos aos vencedores um país que registou progresso e tem uma taxa de desemprego reduzida a um dígito", observou. Pela primeira vez, desde o colapso do comunismo na Polónia, em 1989, os partidos de Esquerda ficaram fora do Parlamento.
