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Noela Rukundo devia estar morta. O marido encomendou o seu assassinato e organizou-lhe o funeral. Só não contava que a mulher lhe aparecesse à frente. Viva e determinada a colocá-lo na prisão.
A história é incrível, mas verídica e foi relatada esta sexta-feira por vários jornais australianos. Balenga Kalala mandou matar a mulher e julgou-a morta. Mas os homens a quem encomendou o crime deixaram-na viver.
Noela, residente em Melbourne, na Austrália, tinha viajado até ao Burundi, país natal, para o funeral da madrasta.
Segundo o seu relato, numa noite em que estava no hotel a descansar, Noela recebeu um telefonema do marido, que lhe disse para ir lá fora "apanhar ar fresco". Quando saiu do hotel, foi de imediato abordada por um homem que lhe apontou uma arma e a puxou para dentro de um carro.
Viajou de cabeça tapada ao longo de 40 minutos até chegar a um edifício, onde foi amarrada a uma cadeira.
Aí, os homens perguntaram-lhe o que tinha feito para o marido ter mandado matá-la. Incrédula, Noela só acreditou no que estavam a dizer-lhe depois de ouvir uma gravação da voz do marido: "Matem-na".
Os carrascos aceitaram a encomenda e ficaram com o dinheiro, mas recusaram matá-la. Eram amigos do irmão de Noela. "Não acreditamos na morte das mulheres", explicaram-lhe.
Deixaram-na na beira de uma estrada com as gravações que incriminavam o marido e um telemóvel para que pudesse pedir ajuda. Noela contactou a embaixada e, com a ajuda do seu pastor, em Melbourne, preparou o seu regresso.
No dia 22 de fevereiro do ano passado, assistiu ao seu próprio funeral. No fim, apareceu em frente ao marido, que precisou de lhe tocar para acreditar que era ela e que estava viva.
Apesar de, inicialmente, ter negado o crime, Balenga Kalala acabou por confessar e pedir-lhe perdão. Foi condenado a nove anos de prisão.
Noela é hoje uma sobrevivente, mãe de oito filhos, três deles do homem que a mandou matar.
