
Ditadura militar tem aumentado a repressão sobre os apoiantes da oposição
Mohamed Abd El Ghany/Reuters
Um tribunal do Egito condenou um rapaz de quatro anos a prisão perpétua, devido a um homicídio cometido quando tinha apenas um ano de idade.
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Ahmed Mansour Karmi não estava na sala de audiências, esta terça-feira, quando foi condenado por quatro acusações de homicídio, oito de tentativa de homicídio, uma de vandalismo e outra por ameaçar polícias e soldados. Tudo quando ainda não tinha sequer dois anos de idade.
O rapaz era um dos 115 réus que receberam a mesma sentença por crimes cometidos no início de 2014.
O seu advogado de defesa, citado pela imprensa internacional, disse que o nome do rapaz foi adicionado à lista por engano, mas que os serviços do tribunal não enviaram a certidão de nascimento ao juiz,, para provar que Ahmed tinha nascido em setembro de 2012.
"A certidão foi entregue depois do nome dele ter sido adicionado à lista de acusados, mas o caso foi transferido para o tribunal militar e a criança foi sentenciada", explicou.
Um outro advogado, indignado, diz que o caso mostra que "não há justiça no Egito. A lógica suicidou-se há uns tempos. O Egito ficou maluco. O Egito é governado por um conjunto de malucos".
Os destinos dos egípcios tem sido determinados por uma ditadura militar, liderada pelo presidente Abdel Fatah al-Sisi, desde que Mohammed Morsi foi derrubado em 2013.
O governo tem aumentado a repressão e há 40 mil apoiantes da oposição que estão presos, diz o jornal britânico "The Independent".
