Oposição diz estar à procura de alternativas para evitar uma "explosão social" na Venezuela
A oposição na Venezuela vai propor uma revisão constitucional para diminuir a duração do mandato presidencial e um referendo revogatório do Presidente Nicolás Maduro, foi esta quarta-feira anunciado.
A oposição venezuelana anunciou hoje que procura alternativas para evitar uma explosão social na Venezuela, país que está em crise económica devido à queda dos preços do petróleo e onde crescem as queixas de dificuldades para conseguir alguns produtos básicos.
"A proposta de uma revisão constitucional, para reduzir de seis para quatro anos a duração do mandado presidencial e de um referendo revogatório (do Presidente da República, Nicolás Maduro), é para evitar uma explosão social ou um golpe de Estado", disse aos jornalistas o ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski.
O líder da oposição criticou as recentes medidas económicas anunciadas pelo Presidente Nicolás Maduro para enfrentar a "emergência nacional" provocada pela descida dos preços do petróleo, a principal fonte de ingressos do país.
"O aumento do preço da gasolina não vai acabar com a escassez", disse, sublinhando que está "em desacordo com tal ação violenta" e insistindo que a Venezuela precisa de uma troca de Governo.
Por outro lado, acusou o executivo de "dizer a tudo que não" quanto às leis elaboradas pelo parlamento, que, na sequência das eleições parlamentares de 06 de dezembro de 2015, passou a ser de maioria opositora.
Entre essas leis, está a de amnistia que o parlamento aprovou no primeiro de três debates e que o líder da oposição considera ser importante para uma reconciliação nacional.
"É inaceitável que hajam presos políticos e o Governo mantém a negativa quanto à Lei de Amnista. O país não vai progredir se se perseguem os presos políticos, o necessário é perseguir a impunidade", disse.
O projeto de lei de amnistia para membros da oposição na Venezuela presos por delitos relacionados com atos de violência e tentativa de desestabilizar o governo deu entrada no parlamento a 05 de fevereiro último.
A lei pretende beneficiar em particular um grupo detido durante os protestos contra o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no início de fevereiro de 2014, liderado por Leopoldo López, condenado a quase 14 anos de prisão pela violência ocorrida num desses dias.
Entre os detidos encontra-se um politólogo luso-venezuelano, Vasco da Costa, que é acusado de estar relacionado com uma farmacêutica que alegadamente estaria envolvida em planos para desenvolver engenhos explosivos caseiros, durante os violentos protestos contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro.
