O corpo de Malam Bacai Sanhá, presidente da República da Guiné-Bissau, chegou este sábado a Bissau às 15.30 horas, onde era aguardado por autoridades civis e militares e por muitos milhares de populares.
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O corpo chegou com 90 minutos de atraso em relação ao previsto e as cerimónias no aeroporto foram encurtadas. A urna com os restos mortais do presidente deu uma volta na placa do aeroporto, desfilando perante as autoridades locais, presidente interino, primeiro-ministros, Governo, autoridades religiosas, militares e judiciais, o corpo diplomático e os responsáveis de organizações internacionais presentes na Guiné.
Depois de ser coberta com a bandeira nacional, a urna foi transportada num jipe, ornamentado com uma grande fotografia de Malam Bacai Sanhá, com quatro militares a servirem de escolta.
A mulher do presidente viajou também no mesmo avião, recebendo muitos abraços à chegada, embora o "banho de multidão" só se viesse a verificar depois de o corpo sair do aeroporto, onde era aguardado por milhares de pessoas.
Bissau, debaixo de muito sol e calor, viveu um dia idêntico a um feriado, com todo o comércio encerrado, e nas ruas praticamente desertas.
Excepção para a estrada que liga o aeroporto ao centro da capital, onde parecia que toda a população se concentrou.
Foi essa estrada, inaugurada a 16 de Novembro passado por Malam Bacai Sanhá, que o corpo percorreu no mesmo jipe, em marcha lenta, com milhares de pessoas a fazerem a dezena e meia de quilómetros a pé.
Durante a manhã, muitos já marchavam avenida acima, vestidos de branco, e voltaram depois com o corpo do presidente, até à casa de Malam Bacai Sanhá, no centro da capital.
Ainda este sábado o corpo do presidente será levado para a Assembleia Nacional Popular, onde ficará em câmara ardente até domingo, dia do funeral.
Na capital guineense estão previstos dois dias de cerimónias que terminam no domingo, quando o corpo for colocado num jazigo ao som de 21 salvas de canhão.
No domingo, as cerimónias começam às 8.30 horas, com a chegada da viúva e dos familiares de Malam Bacai Sanhá. Até às 11 horas, assiste-se à chegada de todos os participantes e nessa altura será lida a biografia do presidente por um antigo combatente da liberdade, e serão feitos dois discursos, um de um familiar e o último do Presidente interino.
Às 14 horas será feita uma cerimónia religiosa no pátio da Assembleia Nacional e só então o corpo é levado para Amura, entre alas de militares pelas ruas. Na fortaleza serão dados três tiros quando a urna chegar à porta de armas e disparadas 21 salvas de canhão no momento do enterro.
O presidente da Guiné-Bissau morreu, no dia 9 de Janeiro, aos 64 anos, num hospital de Paris, onde se encontrava em tratamento médico desde Novembro.