O ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid Mouallem, assegurou, esta quarta-feira, que a Síria aceita o plano de paz apresentado por um enviado do Governo chinês para acabar com a violência no país.
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A imprensa síria divulgou, esta quarta-feira, que um enviado chinês, Li Huaxin, vai apresentar ao Governo de Damasco e à oposição um plano de paz composto por seis pontos.
O jornal Al-Watan, que cita o enviado chinês, avançou que o representante de Pequim já se encontrou, na terça-feira, com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Ahmad Arnus, para debater "a visão chinesa, com seis pontos", sobre a violência na Síria.
Um comunicado da diplomacia síria afirmou que Damasco responderá positivamente à aplicação da iniciativa chinesa que propõe o fim imediato da violência e a abertura de um diálogo entre todas as partes envolvidas, rejeitando qualquer intervenção estrangeira.
A proposta de Pequim rejeitou ainda "ações externas de mudança de regime" na Síria, mas apoiou o papel do Conselho de Segurança da ONU "em estreita concordância com os desígnios e com os princípios da Carta das Nações Unidas".
"O ministro expressou a vontade da Síria para cooperar positivamente com o plano como um caminho para uma solução baseada no fim de qualquer tipo de violência", sublinhou ainda a nota das autoridades sírias.
As linhas gerais do plano foram apresentadas no domingo passado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
A China e Rússia foram alvos de crítica da comunidade internacional por terem vetado, no Conselho de Segurança, as resoluções que condenam a repressão sangrenta na Síria.
O enviado chinês deverá também encontrar-se com representantes de grupos da oposição, incluindo Hassan Abdel Azi, líder da Comissão Nacional para a Mudança Democrática, disse ainda o jornal Al-Watan.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) indicou, esta quarta-feira, que quase 8.500 pessoas, maioritariamente civis, morreram devido à violência desde o início da revolta na Síria em março de 2011.
Entre as vítimas estão 6.195 civis e 2.263 soldados e membros dos serviços de segurança, dos quais 428 desertores que se juntaram aos rebeldes, ou seja um total de 8.458 mortos, adiantou o chefe do OSDH, Rami Abdel Rahmane.