Os jornais sul-africanos publicam esta sexta-feira fotografias da casa do presidente Jacob Zuma, contrariando um aviso do Governo. As obras de renovação da residência particular do presidente sul-africano custaram vários milhões de dólares aos cofres públicos e estão envoltas em controvérsia.
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O ministro da Segurança de Estado, Siyabonga Cwele, tinha afirmado na quinta-feira que a imprensa se devia abster de publicar fotos da residência de Jacob Zuma, no Leste do país, afirmando que tal publicação violava as leis de segurança.
"Ninguém, incluindo os média, está autorizado a recolher e publicar imagens e especificar as medidas de segurança", afirmou o ministro. "Isto não é feito em lado nenhum. Nós não vemos fotos da Casa Branca mostrando as medidas de segurança. Isso não é feito em nenhuma democracia", acrescentou então Siyabonga Cwele.
Apesar deste aviso, a imprensa sul-africana publicou, esta sexta-feira, nas primeiras páginas fotos da luxuosa residência privada do presidente Zuma.
O "Times" publica na primeira página uma foto aérea da propriedade com o título "E agora, prendam-nos". O "Star" mostra também uma foto na primeira página com um X a vermelho e a legenda: "Não olhem. Aquilo que os ministros não querem que se veja".
A associação de imprensa da África do Sul mostrou-se "dececionada e chocada" com a decisão governamental e assegura que manterá a publicação das fotos "para continuar a assumir o papel de guardião da boa utilização dos fundos públicos".
A decisão do Governo de gastar 20 milhões de dólares na renovação da residência privada de Jacob Zuma provocou um movimento de contestação no país, em que 10 milhões de habitantes sobrevivem apenas graças aos apoios sociais.
Entre as medidas de segurança da residência, situada em Nkandla, na província do KwaZulu-Natal, estão uma pista de aterragem de helicóptero, "bunkers" subterrâneos, vedações e uma clínica.