Centenas de "sites" de instituições francesas foram pirateados por "hackers" que dizem ser islamitas, após o atentado de quarta-feira contra o jornal "Charlie Hebdo", através da colocação de mensagens de carácter religioso e ideológico.
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Um fundo negro como "homepage", com a assinatura #OpFrance e "slogans" como, "Il n'y a de Dieu qu'Allah" (Só Alá é Deus), "Death to France" (Morte à França) ou "Death to Charlie" (Morte ao Charlie) surgem nos ecrãs colocados pelos hackers, que utilizam uma técnica conhecida por "desfiguração" e que consiste em controlar um "site" na Internet e modificar o seu conteúdo.
Desde os atentados que mataram 20 pessoas em Paris na semana passada, os "sites" de diversas câmaras, escolas, universidades, igrejas e empresas foram pirateados por grupos de hackers que se apresentam como sendo islamitas do Magrebe ou da Mauritânia.
O "site" do Conselho do Departamento do Lot (sudoeste), entre outros, foi pirateado durante três horas por um grupo tunisino denominado "Fallaga Team", que remetia os utilizadores para um discurso fundamentalista.
"Estamos a lidar com grupos de ativistas que se formam e se dissolvem muito rapidamente", observou Gérôme Billois, especialista do Circulo Europeu de Segurança Informática.
"De memória, nunca vi uma desfiguração" tão abrangente e num espaço de tempo tão curto num único país", explicou, destacando que "várias centenas de 'sites' foram atacados".
Segundo o diretor técnico para a Europa da empresa de segurança informática Checkpoint.a, Thierry Karsenti, está-se perante um caso "de ciberjihad" e a "desfiguração" não é senão "a ponta do icebergue e também a menos perigosa", pois "as consequências são apenas a imposição de uma ideologia".