
Papa Francisco
Alessandro Bianchi/REUTERS
O Papa Francisco "está determinado" em avançar com as reformas, depois da fuga de documentos sobre escândalos financeiros no Vaticano.
"Avancemos com serenidade e determinação", afirmou Jorge Bergoglio, de acordo com a conta da rede social Twitter do "número três" da Igreja Católica, Angelo Becciu, na sequência do novo escândalo, já denominado "Vatileaks 2", da fuga de documentos confidenciais sobre, particularmente, desvio de fundos destinados aos pobres e doentes para financiar o estilo de vida luxuoso de alguns cardeais.
"Estive com o Papa. As suas palavras foram: avancemos com serenidade e determinação", escreveu o substituto da Secretaria de Estado do Vaticano para os Assuntos Gerais.
O secretário-geral da Conferência dos Bispos italianos, Nunzio Galantino, disse à cadeia TV2000 que o Papa deve sentir-se traído neste caso, que levou à detenção, este fim de semana, de dois suspeitos de fuga de informações e documentos, um prelado espanhol Lucio Angel Vallejo Balda, de 54 anos, e uma perita leiga italiana, Francesca Chaouqui, de 33.
"Coloco-me no lugar do Papa. Nenhum filho da Igreja pode ficar indiferente perante estes ataques", disse Nunzio Galantino, sublinhando que "algumas pessoas têm claramente medo do processo de reformas que o Papa está a realizar".
Vallejo Balda continua detido, enquanto Chaouqui voltou esta quarta-feira a ser interrogada, depois de ter sido libertada por ter garantido a sua cooperação com as autoridades. De acordo com a imprensa italiana, dados foram roubados do computador do controlador geral das finanças do Vaticano, o italiano Libero Milone, do seu gabinete situado próximo da praça de São Pedro.
Libero Milone, nomeado pelo Papa Francisco a 5 de junho passado para a reforma das finanças, está encarregado da auditoria das contas do conjunto das administrações do pequeno Estado.
Duas obras que vão ser publicadas em breve e prometem revelações sobre os casos financeiros do Vaticano são assinadas pelos jornalistas Emiliano Fittipaldi do jornal "L'Espresso" e Gianluigi Nuzzi da "Mediaset".
Esta divulgação de dados remete para o escândalo de fuga de documentos, denominado "Vatileaks", que marcou o fim do pontificado de Bento XVI em 2012. Estas fugas foram reunidas e publicadas pelo jornalista Gianluigi Nuzzi.
No comunicado, o Vaticano faz referência ao "Vatileaks" e sublinha a "grave traição da confiança" concedida pelo Papa, não excluindo a possibilidade de um processo pelo tribunal do Vaticano.
Este texto da agência Lusa foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.
