José Sócrates garantiu, domingo, que "o Governo assumirá a responsabilidade de liderar as negociações com as instituições europeias" sobre a ajuda externa a Portugal, cuja base será o PEC4. No encerramento do congresso socialista, em Matosinhos, acusou ainda a Oposição de fazer "um jogo do empurra". E fez um apelo contra a dispersão de votos em partidos que "vivem do protesto".
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No final de um congresso que considerou ser uma "lição de unidade" e de mobilização, o secretário-geral assegurou que será o Executivo a conduzir as negociações que terão por base o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC4). Atacou duramente "a extrema-esquerda e a Direita unidos para destruir". E acusou a Oposição de ter "a consciência pesada" e de tentar impedir o debate sobre quem tem responsabilidades pela crise.
A Oposição "quer agora proibir o país de discutir o assunto, apagando responsabilidades", denunciou o líder socialista.
PS "não é caixinha de surpresas"
"O nosso partido não é uma caixinha de surpresas, feita de ideias vagas e palavras vazias", contrapôs Sócrates, reforçando o desafio para que o PSD revele as suas propostas.
"Aqueles que provocaram esta crise política ensaiam um jogo de empurra" como se nada lhes competisse fazer "para remediar o mal que provocaram", acusou. E "alguns só pensam em sacudir a água do capote e andam a esconder-se atrás dos arbustos".
Contra a fuga de votos
"Chega de aventuras, chega de jogar às escondidas e chega de irresponsabilidades", criticou José Sócrates, para quem o momento que o país atravessa exige "sentido de Estado". Este, sublinhou, também "não é o momento para dispersar votos" em "partidos que vivem apenas do protesto". Uma mensagem que vai de encontro ao tom que marcou os discursos na véspera.